quarta-feira, 17 de junho de 2009

Voltaire


VOLTAIRE-BIOGRAFIA E TEORIAS


1-BIOGRAFIA DE VOLTAIRE
François Marie Arouet Le Jeune nasceu em 21 de novembro de 1694, na cidade de Paris – França. Seu pai era tabelião e possuía pequena fortuna. Sua mãe era de origem aristocrática, que morreu logo após o parto. François quando criança era franzino, tendo por toda a vida uma saúde fraca. Ele tinha um irmão mais velho, Arnaud, que entrou para o culto jesuíta.

Desde sua infância, Voltaire revelou-se dotado de talento literário e sensibilidade poética. Ele comprou livros com a herança de uma senhora que havia visto nele um futuro cultural. Com estes livros e a tutela de um abade, começa sua educação. Ele lhe mostra o ceticismo e as orações religiosas. Seu pai achava que literatura não rendia dinheiro nem prestígio. Como possuía o desejo de tornar François advogado do Rei, por isso coloca-o em um colégio jesuíta, o Colégio Louis-le-Grand, localizado em Paris. Os jesuítas eram padres com formação militar, que difundiam o evangelho em todo mundo. Eram membros da Companhia de Jesus, que havia sido fundada por Inácio de Loyola. Os jesuítas ensinaram a Voltaire a dialética, arte de dialogar progressivamente, para provar as coisas. Ele discutia teologia com os professores, que o tinham como “um rapaz de talento mas patife notável”

Seu padrinho o introduz a uma vida desregrada. François conhece escritores, poetas e cortesãos. Ficava na rua até tarde, divertindo-se com fanfarrões epicuristas e voluptosos. Seu pai, novamente interferindo, como homem sério, não vê com bons olhos as atividades do filho. Manda-o para a casa de um parente, na tentativa de mantê-lo quase preso. Mas o parente, quando o conhece, cria tanto gosto por ele que lhe cede a liberdade.

Seu pai também arranjou-lhe que se tornasse pajem do marquês de Chânteauneut. François Marie partiu com este embaixador para Haía, na Holanda e lá conhece Olympe Runouyer, ou Pimpette, na qual se apaixona. François mantém encontros escondidos com ela e deseja que ela vá morar com ele na França. Descoberto o romance, Voltaire escreve cartas apaixonadas dizendo: “não há dúvida de que irei ama-la para sempre”. É mandado em retorno à casa paterna.

Também compõe um ode para Luís XIII, na qual com esta obra participa de um concurso, mas não a vence. Luís XIV morre, e seu filho é muito jovem para ser rei. O poder ficou nas mãos de um regente. Sem um governador legítimo, a vida de Paris corria sem controle e François corria com ela.

François Marie começa a ficar conhecido por ser brilhante, imprudente e turbulento. Frequentou a Societé du Temple, de libertinos e livre pensadores. É malicioso, e tem os olhos vivos e perspicazes. Torna-se amante de Susanne de Livry, faz versos galantes e poemas cômicos. Aspira ser um grande trágico da época, e não são poucas suas tragédias. Suas obras somadas dão um total de noventa e nove volumes. É dono de um espírito versátil, e possuidor de uma cultura notável, que o ajudava a ser fecundo. Em 1715 escreve a peça Oedipe (Édipo) e o poema “Henríada”, um épico sobre Henrique IV. Sua fama aumenta e todas as características são-lhe atribuídas, em relação à espiritualidade e maliciosidade. Até mesmo algumas anedotas, como uma dirigida ao regente que governava, duque de Órleans, nestas anedotas falava que o regente conspirava usurpar o trono, em 1717, o regente o manda para a Bastilha, a prisão parisiense. Sendo que esta anedota foi escrita em forma de um panfleto, que Voltaire alega não ter escrito. Dentro da Bastilha, enfim, que François Marie Arouet adota o nome em que é conhecido até os dias atuais, Voltaire. Ele fica na Bastilha por onze meses, então, o regente o solta.

A Tragédia que escrevera Édipo é produzida em 1718, e fica em cartaz por quarenta e cinco noites seguidas, um grande recorde para a época. Este sucesso abre-lhe as portas para os meios intelectuais. Encontra-se com Fontenelle. Com um lucro de quatrocentos francos pela peça, François faz investimentos financeiros, empresta dinheiro e financia o tráfico de escravos, que na época também era um negócio rentável. Assim, o filósofo faz render seu dinheiro e pode viver de maneira confortável.

Então, uma briga com o duque de Sully, cavaleiro de Rohden-Chabot, o obriga a ir para o exílio. O motivo foi que Voltaire não aceita um duelo, e dispõe de meios para prendê-lo. O cavaleiro manda seus homens bateram nele, logo após que Voltaire respondeu. Preso por curto período, preferiu o exílio na Inglaterra. Depois de ter ficado e alcançado o sucesso de Édipo e Henríada, ele passa (de início a contragosto) três anos na Inglaterra.

Aprende o inglês. Em Londres, desenvolve sua intelectualidade. Relaciona-se com os poetas Young e Alexander Pope, o escritor Jonathan Swift e o filósofo empirista Berkeley. Admira-se com a liberdade de expressão dos ingleses, que escrevem o que desejam. A filosofia inglesa, vinha desde o início da modernidade, com Bacon, Hobbes e Locke e os deístas, o agradou. Estuda a fundo a obra de Newton, e mais tarde propaga suas ideias na França, com as “Cartas Filosóficas”, de 1734.
Ele absorve rapidamente a cultura e a ciência da onde se encontrava. Gosta da tolerância religiosa. Aos quarenta anos se apaixona por Emile de Bretiul, a marquesa de Châtelet, doze anos mais nova do que ele, ou seja, de vinte e oito anos. Ela é culta, traduzira Newton e apresentou Leibniz a Voltaire. Emile lhe dá proteção no castelo de Cyrei. Ela acha-o interessante, o mais belo ornamento da França. Já ele a considera da seguinte maneira: “Ela é um homem em corpo de uma mulher, este é o seu maior defeito”. Ele dizia isto pelo fato da marquesa de Châtelet ser uma mulher extremamente culta e inteligente. Graças a ela e às grandes damas, acredita na igualdade mental inata entre os sexos. E, Cyrei, passavam o dia todo estudando, pesquisando e fazendo experimentos no laboratório. Voltaire, com sua amante, aprofundou-se em física, metafísica e história. O castelo torna-se um centro cultural. Voltaire aperfeiçoa seu estilo iônico e frívolo. Escreve “Alzire” (1736), “Méope” (1736), “O Filho Pródigo”, “Maomé”, “O Mundano”, “O Ingênuo” e a sua obra prima “Cândido ou o Otimismo”(1759). De acordo com Will Durant, os heróis desses romances são ideias, os vilões superstições e os acontecimentos pensamentos.

A sua correspondência é numerosa, não só com os ingleses, mas também com inúmeras personalidades da época, como Frederico, o Grande, da Prússia, de quem foi amigo.

Aos poucos, Voltaire volta a ter contato com Paris. Graças a proteção de madame Poiapadeur, vira historiógrafo real. Em 1745, Voltaire volta e com Emile vão para paris. Ele se torna candidato à Academia Francesa. Em 1746, é eleito e faz um belo discurso de posse. Lá, escreve muitos dramas, da qual inicialmente fracassa, mas depois alcança sucesso com Zaire, Nahomet, Mírope e Semiramas.

Depois de quinze anos, sua relação com a marquesa torna-se difícil. Em 1748, Emile começa um novo caso, desta vez com Saint Lambert. Em 1749, morre devido a sua quarta gestação.


Então, Frederico II, da Prússia, o convida para fazer parte da corte em Prostdam. Ele é convidado para ser professor de francês do monarca, que manda dinheiro para a transferência. O convite se deve ao fato de Voltaire ser querido por todos, e também por ser admirado por sua inteligência e escritos. A estada lhe agrada, mas não de todo. Foge das cerimônias oficiais. O Rei lhe é gentil e amável e juntos tiveram grandiosas conversas, e o filósofo possuía uma boa suíte. Ambos se tornam grandes amigos e Voltaire não poupa elogios falando para terceiros sobre o monarca da Prússia.

Devido a interpretação de um ponto da teoria newtoniana, Voltaire polemiza com um protegido do Rei, Malpertuis, presidente da academia de Berlim. Ele dirige seu ataque a Malprtuis em um panfleto, Diatribe do Dr. Akaria, em 1752. Quando o panfleto foi publicado, Frederico manda queimar os panfletos e Voltaire escapa da Prússia, escapando da raiva real. Em Frankfurt foi preso pelos agentes do Rei, ficando por semanas na cadeia. Quando retorna à França, descobre que está proibido de voltar para Paris. Vai então para Genebra, na qual adquire uma propriedade chamada “As Delicias”. Nesta casa termina suas maiores obras históricas: “Um Ensaio Sobre o Costume e o Espírito das Nações e Sobre os Principais Fatos da História”, “De Carlos Magno a Luís XIII”, sendo esta última obra citada começada em Cyrei. E “Lê Siècle de Louis XIV” (A Era de Luís XIV).

Em suas obras históricas, Voltaire não apenas dedicou um grande espaço à Judéia e ao Cristianismo, e relatou com imparcialidade a grandiosa cultura Oriental. O Oriente possuía mais tradição que o Ocidente. Com nova perspectiva, descobre-se nesse mundo e os dogmas europeus puderam ser questionados.

Nas Delícias, tem boas relações com os evangélicos. Os enciclopedistas do Iluminismo Francês, comandados por Diderot, pedem a contribuição de Voltaire. Escreve alguns artigos para a enciclopédia. Ocorre então uma ruptura entre Voltaire e Diderot, por desavenças de opiniões. Voltaire ironiza a defesa do estado de natureza de Rousseau (O famoso bom selvagem) dizendo que difere o homem dos animais é a educação e a cultura.

Em 1758 comprou o castelo e a fazenda de Ferney, perto de Genebra, onde instalou uma fábrica de relógios, onde passou quase todo o resto da sua vida. Lá, cuidava de sua propriedade rural e escrevia muito. Também plantou muitas árvores. Seu castelo em Ferney rapidamente se tornou um centro cultural, podendo ser comparado ao que acontecera com o castelo da marquesa de Châtelet. Alguns iluministas iam para lá, como Helvetius e d’Alembert. Voltaire mantém também uma vasta correspondência, com pessoas de todos pos tipos, incluindo grandes governantes.
Em 1755, quando soube do terremoto em Lisboa, da qual morreram trinta mil pessoas, fica revoltado ao saber que os franceses consideram todo o acontecimento como castigo divino. Lamenta a desgraça dos sobreviventes em um poema. O Filósofo sempre lutou contra o preconceito e as superstições, tendo preferência pela epistemologia e pela cultura elucidativa.

Com oitenta e três anos, viaja para Paris, depois de tanto tempo. Lá, teve uma calorosa recepção, e assiste a uma peça sua encenada. Foi até a Academia de Letras de Paris, recebendo uma homenagem. Morre alguns meses depois, no mesmo ano, no dia trinta de maio de 1778. No seu enterro, toda a população parisiense foi participar do cortejo fúnebre.

1.1-Carreira

Iniciado maçom no dia sete de fevereiro de 1778, mesmo ano de sua morte, em uma das mais incríveis cerimônias da maçonaria mundial, a Loja Les Neuf Soeurs, em Paris, inicia ao octogenário Voltaire, que ingressa no templo apóia do por Benjamin Franklin, embaixador dos Estados Unidos na França nessa data. A sessão foi dirigida pelo venerável Mestre Lalande na presença de 250 irmãos. O venerável ancião, orgulho da Europa, foi revestido com o avental que pertenceu a Helvetius e que fora cedido, pela sua viúva.

Voltaire foi um teórico sistemático, mas um propagandista e polemista, que atacou com veemência todos os abusos praticados pelo Antigo Regime. Tinha a visão de que não importava o tamanho de um monarca, deveria, antes de punir um cervo, passar por todos os processos legais, e só então executar a pena, se assim for de acordo com a lei. Se um príncipe simplesmente punisse e regesse de acordo com a sua vontade, seria apenas mais um “Salteador de estrada ao qual se chama de ‘Sua Majestade’”.

As ideias presentes nos escritos dele estruturam uma teoria coerente, da qual em muitos aspectos expressa a perspectiva do Iluminismo.

Defendia a submissão ao domínio do Rei, baseando-se na sua convicção de que o poder poderia ser exercido de maneira racional e benéfica.

Por ter convivido com a liberdade inglesa, não acreditava em governo e Estado ideais, justos e tolerantes fossem utópicos. Não era um democrata, e acreditava que as pessoas comuns mediante o processo da razão e o incentivo à ciência e tecnologia. Assim. Voltaire transforma-se em um perseguidor assíduo dos dogmas, sobretudo da Igreja Católica. Perante essa postura, o catedrático de filosofia Carlos Valverde escreve um grandioso artigo, no qual comenta sobre o comportamento do Iluminista em relação à fé cristã. Que foi registrado no tomo XII da famosa revista francesa Correspondance Littérairer, Philosophie et Critique (1753-1793). No texto há, na edição de abril de 1778, páginas 87-88, o seguinte relato literal de Voltaire:

"Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir à igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na santa religião católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela. Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de Villevielle. Meu amigo."

O relato acima foi reconhecido por alguns como autêntico por alguns, pois estaria confirmando outros documentos que se encontram no número de junho da revista, esta de cunha laico, decerto, uma vez editada por Grimm, Diderot e outros enciclopedistas. Já outros questionaram a necessidade de alguém que acredita em Deus ter que se converter a uma religião especifica, como o catolicismo.

Em sua morte, a revista o exalta como "o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição".

Sua família dedejava que seius restos mortais repousassem na abadia de Scellieres. Em 2 de junho, o bispo de Tryes, em breve nota, proíbe severamente que ele seja enterrado no sagrado o corpo de Voltaire. Mas no dia seguinte, o prior responde ao bispo que seu aviso chegara tardiamente, pois o corpo do Filósofo já havia sido enterrado na abadia. Livros históricos afirmam que ele tentou destruir a Igreja a favor maçom.

A Revolução em triunfo os restos de Voltaire ao panteão de Paris – Antiga Igreja de Santa Genoveva -, dedicada aos grandes homens. Na escura cripta em frente ao seu inimigo Rousseau, pertence até os dias atuais a tumba de Voltaire com este epitáfio:

"Aos louros de Voltaire. A Assembléia Nacional decretou em 30 de maio de 1791 que havia merecido as honras dadas aos grandes homens".

Voltaire introduziu na França, como a liberdade de imprensa, um sistema imparcial de justiça criminal, tolerância religiosa, e tributação proporcional e redução dos privilégios da nobreza e do clero.


2-OBRAS
Oedipe, (Édipo), 1718;
Mariamne (ou Hérode et Mariamne), 1724;
La Henriade, (Henríada) 1728;
Histoirie de Charles XII, (História de Charles XII), 1730;
Brutus, 1730;
Zaire, 1732;
Le temple du goût, 1733;
Lettres Philosophiques ou Letters sur les Anglais (Cartas filosóficas ou Cartas Sobre os Ingleses), 1734;
Adélaïde du Guesclin, 1734;
Le fanatisme ou Mahomet, (escrita em 1736, representada em 1741);
Mondain, 1736;
Epître sur Newton, 1736;
Trité de metaphysiqye, Tratado de Metafísica, 1736;
L'Enfant prodigue, 1736;
Essai sur la nature du feu, 1738;
Elements de la philosophie de Newton (Elementos da Filosofia de Newton), 1738;
Zulime, 1740;
Mérope, 1743;
Zadig, (Zadig ou o Destino), 1748;
Sémiramis 1748;
Le monde comme il va, 1748;
Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749;
Le Siècle de Louis XIV, ( O Século de Luís XIV) 1751;
Micrômegas, 1752;
Rome sauvée, 1752;
Poème sur le désastre de Lisbonne,(Poema Sobre o Desastre de Lisboa) 1756;
Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, (Ensaio Sobre as os Costumes e o Espírito das Nações) 1756;
Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756;
Candide ou l’opitimisme (Cândido ou o otimismo), 1759;
Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760;
Tancrède, (Tancredo), 1760;
Histoire d'un bon bramin, 1761;
La Pucelle d'Orléans, 1762;
Traitè sur la tolerance, Tratado sobre a tolerância, 1763;
Ce qui plait aux dames, 1764;
Dictionnaire philosophique portatif, (Dicionário Filosófico) 1764, foi o primeiro livro portátil da história;
Jeannot et Colin, 1764;
De l'horrible danger de la lecture, 1765;
Petite digression, 1766;
Le Philosophe ignorant, 1766;
L'ingénu, (O Ingênuo) 1767;
L'homme aux 40 écus, 1768;
La Princesse de Babylone, A princesa da Babilônia, 1768;
Canonisation de saint Cucufin, 1769;
Questions sur l'Encyclopédie, 1770;
Les lettres de Memmius, 1771;
Il faut prendre un parti, 1772;
Le Cri du Sang Innocent, 1775;
De l'âme, 1776;
Dialogues d'Euhémère, 1777;
Irene, 1778;
Agathocle, 1779;

2.1-Cândido ou o Otimismo

Esta é sua obra principal. Foi escrita em apenas três dias. Conta com otimismo pessimista a história de um simples rapaz, filho de um barão. Seu mestre, Pangloss, inverte a lei da causalidade, ao afirmar que as pedras foram feitas para construir castelos e o nariz para suportar óculos. Mas, se considera muito culto.

O exército búlgaro invade o castelo onde Cândido morava e o transforma em soldado. Entre morrer e ser açoitado, o garoto prefere o açoite, aguentando-as durante um tempo. Os pais de Cândido são assassinados e o castelo é destruído. O rapaz consegue fugir para Lisboa, e no barco na qual se encontra acha Pangloss. Vale citar que, Pangloss é uma sátira de Leibniz, que dizia que este é o melhor dos mundos possíveis. Mas também é uma sátira de Leibniz e Aristóteles, em relação a doutrina de “Causas Finais”. Enfim, em Lisboa ocorre o terremoto. A Inquisição durou mais tempo em Portugal, que se manteve católica e não aderiu ao protestantismo. Cândido, fugindo deste fato, vai para o Paraguai, onde há grandes diferenças sociais.

O rapaz acha ouro nas terras virgens Paraguaias, mas é enganado e fica quase sem nada. Vai para Boreaux com o que lhe resta. Seguindo sua vida, sofre de males e aventuras. Vai para a Turquia. Devido à crítica a Leibniz, pelo fato da sua teoria afirmar que estamos no melhor dos mundos, um jovem critica Voltaire que replica com as seguintes palavras: “Se esse é o melhor dos mundos possíveis, por que existem tantos male e injúrias?”. Mesmo assim, para Voltaire o mal não é metafísico e sim social. Este problema deve ser superado com trabalho e razão. O homem deve estar sempre ocupado para não adoecer e morrer. Ele era muito ativo e combatia o ócio, Rousseau via críticas pessoais no trabalho de Voltaire.

A ironia é a qualidade essencial do pensamento e da escrita de Voltaire, podendo citar a rapidez com que acaba a vida feliz de Cândido confirma a casualidade das experiências humanas. Mas, ainda assim, Cândido pode ter sido o personagem mais falado, mas ainda assim não é principal, temos na história como protagonista o Acaso. Logo, os “protagonistas” passarão da felicidade inicial a inúmeras adversidades.

A intenção desta parte não é fazer uma síntese de todo o texto, e sim, mostras toda a filosofia “oculta” atrás dos textos e suas curiosidades respectivas.

Para finalizar a história sem deixá-la incompleta, Cândido se casa com quem tanto amava, Cunegundes, mesmo depois de ela estar completamente deformada devido a sua vida sofrida e seguidos estupros.

Há também uma segunda parte deste romance, muito menos conhecido, na qual Cândido deixa a Turquia que, após muitas aventuras e seu casamento com outra mulher, ele fica na Dinamarca, alcançando uma alta posição na corte real.

2.2-Dicionário Filosófico

Foi um dos muitos livros de Voltaire. Publicado em 1764, foi o primeiro livro de bolso da história e alcançou imenso sucesso. As ideias contidas no livro são revolucionárias, pois criticam o Estado e a religião. O Filósofo faz muitas citações de autores de grande nome, e o livro possui uma grande parte histórica.
As ideias deste livro foram, acima de toda e qualquer coisa, extremamente influentes na Revolução Francesa, e, não tratava com descaso a cultura pagã e oriental, como faziam outros autores.

E, falando de uma maneira mais geral, o livro instiga o leitor a pensar, princípio básico da filosofia, com o objetivo de fazer uma enciclopédia ao alcance de todos sobre conhecimentos gerais.

O livro abrange de maneira ampla tudo o que a ciência filosófica e a ciência da vida, além da histórica podem oferecer em suas múltiplas manifestações.

2.3-O Ingênuo

É um livro escrito de maneira satírica e bem humorada, fala de um príncipe huroniano que chega à França e submete-se aos costumes franceses, tornando-se católico. Para isso um abade lhe dá um exemplar do Novo Testamento. Apaixona-se pela sua madrinha de batismo.

O romance mostra as diferenças entre o cristianismo primitivo e eclesiástico.

Vale também destacar que a intenção é falar do fanatismo, sendo citado de diversas formas.

2.4-Micrômegas

Este é um livro escrito recebendo influência de “As Aventuras de Guliver”, de Swift, que Voltaire leu em Londres. Revela também traços de “Pluralidade dos Mundos”, das palestras de Fontenelle e da mecânica de Newton.

Nela é tratada a História de um visitante originário do planeta Sirius a Terra. Com oito léguas de altura, e mil sentidos, costuma viver mais de dez mil anos.

Com esta perspectiva, vem a tona a finitude e a pequenez da Terra e seus habitantes. O ser de outro planeta diz que a felicidade está na aqui e mora, dirigindo-se aos humanos, seres de átomos inteligentes e imateriais. Um filósofo humano expõe ao visitante a brutalidade carniceira na Terra, provocando a ira e decepção do estrangeiro. Este filósofo o dissuade de seu impulso de matar a todos com suas passadas.

Este é um livro pequeno, mas de grande valor filosófico, histórico e mostra uma grande parte dos valores de Voltaire.

2.5-Zadig
Voltaire (François-Marie Arouet) foi um dos grandes filósofos do Iluminismo. Dentre as suas qualidades destaca-se a ironia, às vezes gentil, em outras sarcástica e, não poucas vezes, profundamente destrutiva. Suas obras dão sentido à velha máxima: “Ridendo Castigat Mores” (com o riso castigam-se os costumes).

Zadig não é diferente; ironiza o poder, a organização política, a riqueza, o orgulho as pretensões da burguesia, a riqueza, a inveja e muito mais.
Vale hoje como valeu em seu século.
Nélson Jahr Garcia

Neste conto, fala de um grande mago da Babilônia, que propôs alguns enigmas aos candidatos ao trono de rei, para governar justamente com a rainha Astartéia.

Ele propôs o seguinte enigma como primeiro: “Qual é, de todas as coisas do mundo a mais longa e mais curta, a mais negligenciada e a mais irreparavelmente lamentada, que devora tudo o que é pequeno e que vivifica tudo o que é grande?”.

Alguns disseram que era a fortuna, outros a terra, outros a luz. Zadig acerta dizendo que é o tempo. “Nada mais longo (...) pois é a medida da eternidade; nada é mais curto, pois que falta a todos os nossos projetos; nada mais lento para quem espera; nada mais rápido para quem desfruta a vida; estende-se, em grandeza, até o infinito, todos que lamentam a perda; nada se faz sem ele; faz esquecer tudo o que é indigno da posterioridade, e imortaliza as grandes coisas.

Após, ao defender sua amada, Zadig é ferido no olho ficando cego do mesmo. A amante, Samira, compromete-se com outro homem. Zadig casa-se com uma camponesa. Ao testar a sua fidelidade fingindo-se de morto e com a ajuda de um amigo é traído e foge para floresta. Adquirindo sapiência, torna-se amigo e ministro do rei (Observe a semelhança em relação a Zadig e Voltaire no momento em que vira professor de francês de Frederico II), a rainha se apaixona por Zadig e o rei planeja mata-los, e, Zadig foge. Em um transe vislumbra a ordem imutável do universo. Depois, ainda, é feio escravo, mas depois tornasse assessor de seu senhor.


3-TEORIAS
Para Voltaire, a metafísica é uma quimera. Pode-se escrever mil tratados de sábios e não desvendar o segredo do Universo, ou questões como: O que é matéria? Por que as sementes germinam na terra? Seu ceticismo é uma atitude contra a metafísica. Ele fala de um Ser Supremo, cuja crença veio depois do politeísmo, é valida. Resultando um paradoxo, pois Deus existe e não podemos conhecer os segredos do universo. Voltaire aceita os argumentos para a existência de Deus de São Tomás de Aquino. É a causa primeira de tudo, Inteligência Suprema. Contrariando o Deus judaico-cristão, o Deus de Voltaire fez o mundo em tempos remotos e depois o abandonou ao próprio destino. Por este motivo ele é deísta.

Para os iluministas, Deus não existe e é o mal da humanidade. A ignorância e o medo criaram os Deuses, e a fraqueza os preserva. É um empecilho para a civilização, sendo assim, o materialismo é preferencial à teologia. As suas ideias foram defendidas por Voltaire na Enciclopédia, na qual o principal autor era Diderot. Os enciclopedistas chamavam-no de fanático, pelo fato de acreditar em Deus. Ele via Deus na harmonia inteligente entre as coisas. Mas negava o livre arbítrio e a providência. Tanto que responde ao Barão d’Holbach, notório ateu, que o título de seu livro “O Sistema da Natureza”, demonstra inteligência superior.

Voltaire foi um defensor da justiça. Defendeu muitos que estavam em desgraça e lutou contra a tirania. Não se entusiasmava com as formas de governo e achava os legisladores reducionistas. Como viajou muito, não era patriótico. Era completamente céptico em relação ao povo e à ignorância, que estava muito difundida. Levantava dúvidas, muitas de suas obras são repletas de perguntas. Em uma carta à Rousseau, no qual comenta o Discurso de origem sobre os fundamentos da desigualdade, disse que o livro de Rousseau o fez querer voltar a andar com quatro patas, mas que já havia abandonado este hábito jaz-se sessenta anos.

Voltaire foi um burguês que se opôs à intolerância religiosa, de opinião, entre outras..., coisa de existência muito forte no período na qual esteve vivo. Suas ideias e seu desejo supremo de realização era tamanho e, suas ideias tamanhamente revolucionárias que teve que se exilar da França, seu país de origem.

O conjunto de ideias de Voltaire constitui um pensamento chamado de Liberalismo. Liberalismo é uma filosofia política que prima pela autonomia moral e econômica da sociedade civil em oposição à concentração do poder político. Apesar se diversas culturas e épocas apresentarem indícios das ideias liberais, o liberalismo definitivamente ganhou expressão moderna nos escritos de John Locke (1632-1704) e Adam Smith (1723-1790). Seus principais conceitos incluem individualismo metodológico e jurídico, propriedade privada, governo limitado, estado de direito e livre mercado.

Para Voltaire, o preconceito é algo mau, medíocre, sem eficácia. Preconceito é uma opinião desprovida de julgamento. Podem ser: Dos sentido – Como por exemplo: o sol é pequeno, pois o vejo assim.

Físicos: a Terra está imóvel.

Históricos: temos como exemplo a lenda de fundação de Roma, por Rômulo e Rêmulo.

Religiosos: Temos como exemplo quando Maomé viajou aos céus.

Ele tem um pensamento racional para desvendar os mistérios da consciência humana. Dá a entender que Descartes estava errado com seu inatismo, e prefere a teria de Locke, de que tudo deriva das sensações. A sensação é tão importante quanto o pensamento, e o mundo é uma sensação contínua. Ele faz paralelos com a cultura grega e romana, nos verbetes do “Dicionário Filosófico”. As crenças tem um lado subjetivo muito forte. Esforçando-nos para ver a crença, ela acabará por existir, para nós.

Os sonhos são um mistério, portanto, fonte de superstições, como os que sonham com acontecimentos e pensam ser Deus o responsável. O fato de não podermos usar a razão enquanto vivemos um sonho, e de ser um estado alternativo, de percepção etérea, é o que faz suscitar dúvidas de interpretação. Os sonhos não tem valor objetivo, para Voltaire. A moral vem de Deus, como a luz. As superstições são trevas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ENCIPLOPÉDIA Barsa Society. São Paulo 2001.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio, o Dicionário da Língua Portuguesa. 7ª ed. Curitiba: Positivo, 2008.

FARIAS, Bernadete. Biblioteca da Escola em Casa – Vol 5. São Paulo: Difusão Cultural do Livro – DCL, 2004.

NICOLA, Ubaldo. Antoligia Ilustrada de Filosofia – Das origens à Idade Moderna. São Paulo: Editora Globo, 2002.

BENDER. Cândido ou o Otimismo, de Voltaire. Disponível em: http://www.benderblog.com/comentarios/candido-ou-o-otimismo-de-voltaire/ Acesso em: 20 mai. 2009.

GARCIA, Nélson Jahr. Zadig, Voltaire Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/zadig.html Acesso em: 21 mai. 2009

PESSIMISTAS, otimistas & o doutor Pangloss. Disponível em: http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/51461/ Acesso em: 20 mai. 2009

VOLTAIRE. Disponível em: http://www.colegiosaofrancisco.com. php Acesso em: 11 mai. 2009
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VOLTAIRE. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Voltaire Acesso em: 11 mai. 2009

VOLTAIRE. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biograf. jhtm Acesso em: 11 mai. 2009

CÂNDIDO ou o Otimismo. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ndido, _ou_O_Otimismo Acesso em: 20 mai. 2009

MICRÔMEGAS – Voltaire. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/micromegasN.html Acesso em: 21 mai. 2009

O “ENIGMA” do tempo no Zadig de Voltaire. Disponível em: http://www.eternoretorno.com/2009/01/24/o-enigma-do-tempo-no-zadig-de-voltaire/ Acesso em: 21 mai. 2009

LIBERALISMO. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo Acesso em: 21 mai. 2009.

VOLTAIRE, Citações e Pensamentos. Disponível em: http://br.geocities.com/webmensagens/citas/voltaire.html Acesso em: 12 mai. 2009

FRASES de Voltaire. Disponível em: http://www.frases.mensagens.nom.br/frases-autor-v1-voltaire.html Acesso em: 12 mai. 2009

Um comentário:

  1. congratuleitions ys principados dy supremacia dy haiiã,cii.f 02 el pensso traduccion magistrados principados dy haiiã,cii.f nº2 sensacion e coongratulacions!na vida a injustiça e deliberada contra o facismo de cortes e egregíos que entrão sob dominio legal e partidario não acredito para cada um dia o sol brilha diferente+§...<>_2 cii.f a favor da justiça conhecido como revolucionario do povo do norte o dragão pelo povo!entrego as mãosminha vida se meu nascimento teve registro com valor na averbações encontradas por regente de magistratura,brasileira corte do estado do pará en tão quem sou? e quem disse?... não sou o que não descida ser pois o sol brilha para a ordem e sou justo pela ordem T.+ MALTA,UM CIDADÃO QUE SE CHAMAVA YRAPUAN NASCIMENTO DE OLIVEIRA *17.10.1976/RG;1978 E REGISTRADO SOB A LEI BRASILEIRA O QUE A CONDIZ EX VI MANDADO EM 1991 SO SEI QUE SOU MAIS QUEM? AOS PRINCIPADOS EGRIGÍO TRIBUNA SUPREMANCIA DY HAIIÃ,SER E JUSTO...

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