quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ácidos & Bases

ÁCIDOS E BASES-DIFERENCIAÇÃO E CARACTERÍSTICAS


Ácidos são caracterizados principalmente por:
Substâncias de sabor azedo;
Conduz corrente elétrica;
Quando adicionadas ao mármore e outros carbonatos, produzem efervescência, com liberação de gás carbônico;
Presença de Hidrogênio;
Reagem com metais liberando Hidrogênio;
Reagem com indicadores;

Bases são caracterizadas principalmente por:
Possuem sabor adstringente, ou seja, amarram à boca;
Tornam a pele lisa e escorregadia;
Conduz corrente elétrica;
Possuem o grupo funcional hidróxido à direita da fórmula (OH);

A formalização dos conceitos de ácido e base foi feita em 3 teorias:

A primeira delas foi desenvolvida por Arrhenius em 1887 para explicar a condutividade elétrica de certas soluções, definindo ácidos e bases da seguinte maneira:

“Ácido é toda substância que em solução aquosa se dissocia fornecendo íons H+, como único tipo de cátion.”

HCl -> H+ + CL-

“Base é toda substância que, dissolvida na água, se dissocia, fornecendo íons hidróxido como único tipo de ânion.”

NaOH -> Na+ + OH-

Vale lembrar que:

Os ácidos são compostos moleculares. Só conduzem eletricidade em solução, pois há dissociação, formando íons. Quando puros não conduzem a eletricidade

As bases são compostos iônicos, pois temos metal ligado ao oxigênio.

Mas atualmente sabemos que um próton simples não existe em soluções aquosas. Um próton em solução aquosa se hidrata, forma cátion hidrônio: H3O+.

Houve também a teoria de Bronsded-Lowry.

Bronsted e Lowry em 1923 propuseram uma teoria mais ampla, válida para todos os meios (Meio alcoólico, aquoso, etc...), sendo assim:

Ácido-Qualquer espécie química que doa elétrons

Base - Qualquer espécie química que aceita prótons

Pares conjugados: Comportam-se, desse modo, as espécies químicas efetivamente como pares conjugados: uma dada espécie química será apreciada como ácido ("ácido de Bronsted-Lowry") em relação a outra espécie química bem definida. Com efeito, pode dar-se de certa espécie química "A" mostrar-se um ácido perante outra espécie "B" e, todavia, comportar-se como base perante uma terceira espécie "C" — o que está em perfeita conformidade com o modelo proposto (a proposta teoria-ácido base de Bronsted-Lowry).

HBr + HOH -> H3O+ + Br-
Ácido Base

Outro exemplo:Água como ácido de Bronsted

O que o íon pode ser pela teoria de Bronsted-Lowry.

Do outro lado, a água pode também atuar como um ácido perante, por exemplo, a amônia(NH3).

A equação para essa reação (que vem a ser a reação de hidratação da amônia) é:

NH4+ -> NH3 + H+

O íon amônio pode ceder prótons funcionando como ácido de Bronsted-Lowry e não pode ser base de Bronsted, pois não pode ganhar prótons.

Neste caso,H2O doa um próton a NH3, próton que se liga por covelência dativa ao grupo (:)NH3, dado que o átomo de nitrogênio dispõe dum par de elétrons em seu último nível; esse par eletrônico vem a ser o par ligante da coordenovalência
A água mostra, dessa forma, ser anfóstera: hábil a atuar tanto como um ácido como uma base, na estrita dependência da espécie química que lhe é conjugada. Essas reações são reversíveis: ocorrem tanto num sentido quanto no seu inverso.
A reação inversa da reação entre ácido acético e água (recombinação das espécies dissociadas) é:

H3O+ + CH3COO- -> CH3COOH + H2O

Na reação inversa, H3O+ atua como um ácido ao doar um próton ao radicalacetato, CH3COO-, que atua como uma base conjugada.

Como na dissociação, CH3COOH atua como um ácido ao doar um próton, e a água como uma base ao recebê-lo. H2O e H3O+ são entretanto considerados um par ácido-base conjugado, e CH3COOH e CH3COO- como outro par conjugado, ambos os pares em equilíbrio químico dinâmico.

Após, houve a teoria de Lewis.

Proposta em 1923, apresentou uma definição eletrõnica de ácido e base, ele se baseou no conceito de base de Bronsted, que é a espécie química que recebe prótons, assim para receber próton, a base deve fornecer um par de elétrons para a ligação. Sendo assim:

Ácido: toda espécie química que recebe par de elétrons;
Base: todaespécie química que doa par de elétrons.

De maneira mais detehada, esta lacuna torna-o susceptível de aceitar uma par de elétrons, e por conseguinte de criar uma ligação covaente coordenada com uma Base de Lewis. Portanto, um eletrófilo ou receptor de elétrons é um ácido de Lewis. Entretanto, o termo ácido, por si, é ambíguo; deve sempre deixar claro tratar-se de um ácido de Lewis ou de um ácido de Bronsted-Lowry.

A reatividade dos ácidos de Lewis pode ser explicada pelo conceito HSAB (Hard-Soft Acid-Base). Não existe uma universalmente válida descrição de força de um ácido de Lewis, porque a força de ácidos de Lewis depende da específica base de Lewis. Um modelo tem previosto forças de ácidos de Lewis baseados em um modelo computacional de afinidade no estado gasoso para fluoreto, e fora de uma seleção de ácidos de Lewis isoláveis comuns encontrados que SbF5 tem a mais forte afinidade por flúor. Fluoreto é uma base de Lewis "dura"; cloreto e "mais macias" bases de Lewis são muito difíceis de estudar por causa das limitações dos modelos computacionais, e a acidez de Lewis em solução sofre da mesma restrição.

Um ácido de Lewis normalmente tem uma baixa energia LUMO, a qual interaje com o HOMO da base de Lewis. Diferentemente de um ácido de Bronsted-Lowry, o qual sempre transfere um íon Hodrogênio (H+), um ácido de Lewis pode ser qualquer eletrófilo (incluindo H+).

Por exemplo, compostos como o cloreto de alumínio(AlCl3) ou o trifluoreto de boro (BF3) possuem uma lacuna eletrõnica e serão por conseguinte ácidos de Lewis. Da mesma forma, os organomagnesianos (reagentes de Grignard) R-Mg-X (muito utilizados em química orgânica) são também ácidos de Lewis.

Outros exemplos de ácidos de Lewis incluem cloreto de ferro, pentacloreto de nióbio e triflatos de lantanídios tais como o triflato de itérbio.

Ácidos de Lewis podem ser corrosivos. Cloreto de zinco, o qual é corrosivo, particularmente sobre a celulose (papel e algodão), é um notável exemplo de acidez de Lewis que causa um efeito corrosivo. Como a água é uma base de Lewis, ácidos de Lewis comuns rapidamente reagem com a água para formar hidratos, os quais são ácidos de Brønsted. Então, soluções de muitos ácidos de Lewis são também ácidos de Brønsted. Hidratos tem forte ligação química entre o ácido de Lewis e a água, e não é normalmente possível "secá-los", i.e. o hidrato forma um distinto composto químico. Por exemplo, tentando-se secar um cloreto metálico obtem-se vapores de cloreto de hidrogênio e um oxicloreto metálico.

Podemos exemplificar de maneira prática assim:

NH3 + HOH -> [H3n:H]+ + OH-

Base ácido NH4+

O NH3 é uma base porque recebeu um próton H+ da água.

A água é um ácido porque cedeu um próton ao NH3-


INDICADORES
Existem alguns ácidos fracos que possuem uma certa cor quando estão em sua forma molecular e uma cor diferente quando estão na forma ionizada. Isso pode ser muito útil, pois dependendo da cor da solução podemos saber se o ácido está ionizado ou não.

Mais do que isso, podemos saber a concentração do íon Hidrogênio na solução. Por isso dizemos que esses ácidos fracos são indicadores da concentração do íon Hidrogênio. Podemos chamar essas substâncias de Indicadores.

Ao aplicar o princípio de Le Chatelier, sabemos que aumentando a concentração do íon Hidrogênio o indicador (ácido fraco) assume a forma molecular (não-ionizada).
Por outro lado, se a concentração do íon Hidrogênio diminuir o indicador assume a forma ionizada. Assim como os ácidos se ionizam de acordo com sua constante de equilíbrio, os indicadores também possuem a constante de equilíbrio:
Através dessa equação podemos calcular a concentração mínima de íons Hidrogênio para surgir a cor "A" na solução. A partir disso podemos também calcular o pH dessa situação. Geralmente as substâncias indicadores são utilizadas para identificar substâncias ácidas ou básicas. A cor do indicador varia de acordo com o pH da solução.


Esta tabela é na base da própria fita medidora de pH.
Esta escala é baseada na coloração da mistura.


SOLUÇÕES TAMPÃO

Uma solução tampão, solução tamponada ou simplesmente tampão é aquela solução capaz de manter aproximadamente constante o valor do seu pH quando é adicionado à ela um ácido ou base. Podemos dizer que a concentração do íon Hidrogênio não sofre grandes alterações devido à adição de substâncias ácidas ou básicas.

A solução tampão pode ser constituída de um ácido fraco e seu respectivo sal ou uma base fraca e seu respectivo sal.

A importância das soluções tampão não estão apenas associadas ao uso nos laboratórios de pesquisa. A natureza também utiliza soluções tampão em diversos lugares. Um exemplo de solução tampão é o plasma sanguíneo dos seres humanos.

A nossa corrente sanguínea deve ter um pH apropriado para a respiração acontecer. Se o sangue não fosse uma solução tamponada, ninguém sobreviveria após ingerir molho de tomate, suco de maracujá ou mesmo refrigerante. Esses alimentos são ácidos e alteram o pH do sangue. Se não existisse solução tampão a respiração não continuaria acontecendo e o corpo humano poderia ser levado à morte.

O pH sanguíneo deve ser 7,4 para a respiração ocorrer. Qualquer alteração no valor desse pH é rapidamente compensado pelo tampão presente na circulação sanguínea para que a respiração continue acontecendo.

No caso do tampão presente na circulação sanguínea, o ácido fraco envolvido e o sal são o ácido carbônico e o bicarbonato. No caso de excesso do íon H+ o seguinte equilíbrio é deslocado para a esquerda :

H2CO3 = H+ + HCO3-

No caso de excesso do íon OH-, o seguinte equilíbrio é deslocado para a direita :

OH- + H2CO3 = H2O + HCO3-

Dessa forma, a concentração do íon Hidrogênio é mantida constante (pH = 7,4) e com isso é possível ocorrer a respiração.

Voltaire


VOLTAIRE-BIOGRAFIA E TEORIAS


1-BIOGRAFIA DE VOLTAIRE
François Marie Arouet Le Jeune nasceu em 21 de novembro de 1694, na cidade de Paris – França. Seu pai era tabelião e possuía pequena fortuna. Sua mãe era de origem aristocrática, que morreu logo após o parto. François quando criança era franzino, tendo por toda a vida uma saúde fraca. Ele tinha um irmão mais velho, Arnaud, que entrou para o culto jesuíta.

Desde sua infância, Voltaire revelou-se dotado de talento literário e sensibilidade poética. Ele comprou livros com a herança de uma senhora que havia visto nele um futuro cultural. Com estes livros e a tutela de um abade, começa sua educação. Ele lhe mostra o ceticismo e as orações religiosas. Seu pai achava que literatura não rendia dinheiro nem prestígio. Como possuía o desejo de tornar François advogado do Rei, por isso coloca-o em um colégio jesuíta, o Colégio Louis-le-Grand, localizado em Paris. Os jesuítas eram padres com formação militar, que difundiam o evangelho em todo mundo. Eram membros da Companhia de Jesus, que havia sido fundada por Inácio de Loyola. Os jesuítas ensinaram a Voltaire a dialética, arte de dialogar progressivamente, para provar as coisas. Ele discutia teologia com os professores, que o tinham como “um rapaz de talento mas patife notável”

Seu padrinho o introduz a uma vida desregrada. François conhece escritores, poetas e cortesãos. Ficava na rua até tarde, divertindo-se com fanfarrões epicuristas e voluptosos. Seu pai, novamente interferindo, como homem sério, não vê com bons olhos as atividades do filho. Manda-o para a casa de um parente, na tentativa de mantê-lo quase preso. Mas o parente, quando o conhece, cria tanto gosto por ele que lhe cede a liberdade.

Seu pai também arranjou-lhe que se tornasse pajem do marquês de Chânteauneut. François Marie partiu com este embaixador para Haía, na Holanda e lá conhece Olympe Runouyer, ou Pimpette, na qual se apaixona. François mantém encontros escondidos com ela e deseja que ela vá morar com ele na França. Descoberto o romance, Voltaire escreve cartas apaixonadas dizendo: “não há dúvida de que irei ama-la para sempre”. É mandado em retorno à casa paterna.

Também compõe um ode para Luís XIII, na qual com esta obra participa de um concurso, mas não a vence. Luís XIV morre, e seu filho é muito jovem para ser rei. O poder ficou nas mãos de um regente. Sem um governador legítimo, a vida de Paris corria sem controle e François corria com ela.

François Marie começa a ficar conhecido por ser brilhante, imprudente e turbulento. Frequentou a Societé du Temple, de libertinos e livre pensadores. É malicioso, e tem os olhos vivos e perspicazes. Torna-se amante de Susanne de Livry, faz versos galantes e poemas cômicos. Aspira ser um grande trágico da época, e não são poucas suas tragédias. Suas obras somadas dão um total de noventa e nove volumes. É dono de um espírito versátil, e possuidor de uma cultura notável, que o ajudava a ser fecundo. Em 1715 escreve a peça Oedipe (Édipo) e o poema “Henríada”, um épico sobre Henrique IV. Sua fama aumenta e todas as características são-lhe atribuídas, em relação à espiritualidade e maliciosidade. Até mesmo algumas anedotas, como uma dirigida ao regente que governava, duque de Órleans, nestas anedotas falava que o regente conspirava usurpar o trono, em 1717, o regente o manda para a Bastilha, a prisão parisiense. Sendo que esta anedota foi escrita em forma de um panfleto, que Voltaire alega não ter escrito. Dentro da Bastilha, enfim, que François Marie Arouet adota o nome em que é conhecido até os dias atuais, Voltaire. Ele fica na Bastilha por onze meses, então, o regente o solta.

A Tragédia que escrevera Édipo é produzida em 1718, e fica em cartaz por quarenta e cinco noites seguidas, um grande recorde para a época. Este sucesso abre-lhe as portas para os meios intelectuais. Encontra-se com Fontenelle. Com um lucro de quatrocentos francos pela peça, François faz investimentos financeiros, empresta dinheiro e financia o tráfico de escravos, que na época também era um negócio rentável. Assim, o filósofo faz render seu dinheiro e pode viver de maneira confortável.

Então, uma briga com o duque de Sully, cavaleiro de Rohden-Chabot, o obriga a ir para o exílio. O motivo foi que Voltaire não aceita um duelo, e dispõe de meios para prendê-lo. O cavaleiro manda seus homens bateram nele, logo após que Voltaire respondeu. Preso por curto período, preferiu o exílio na Inglaterra. Depois de ter ficado e alcançado o sucesso de Édipo e Henríada, ele passa (de início a contragosto) três anos na Inglaterra.

Aprende o inglês. Em Londres, desenvolve sua intelectualidade. Relaciona-se com os poetas Young e Alexander Pope, o escritor Jonathan Swift e o filósofo empirista Berkeley. Admira-se com a liberdade de expressão dos ingleses, que escrevem o que desejam. A filosofia inglesa, vinha desde o início da modernidade, com Bacon, Hobbes e Locke e os deístas, o agradou. Estuda a fundo a obra de Newton, e mais tarde propaga suas ideias na França, com as “Cartas Filosóficas”, de 1734.
Ele absorve rapidamente a cultura e a ciência da onde se encontrava. Gosta da tolerância religiosa. Aos quarenta anos se apaixona por Emile de Bretiul, a marquesa de Châtelet, doze anos mais nova do que ele, ou seja, de vinte e oito anos. Ela é culta, traduzira Newton e apresentou Leibniz a Voltaire. Emile lhe dá proteção no castelo de Cyrei. Ela acha-o interessante, o mais belo ornamento da França. Já ele a considera da seguinte maneira: “Ela é um homem em corpo de uma mulher, este é o seu maior defeito”. Ele dizia isto pelo fato da marquesa de Châtelet ser uma mulher extremamente culta e inteligente. Graças a ela e às grandes damas, acredita na igualdade mental inata entre os sexos. E, Cyrei, passavam o dia todo estudando, pesquisando e fazendo experimentos no laboratório. Voltaire, com sua amante, aprofundou-se em física, metafísica e história. O castelo torna-se um centro cultural. Voltaire aperfeiçoa seu estilo iônico e frívolo. Escreve “Alzire” (1736), “Méope” (1736), “O Filho Pródigo”, “Maomé”, “O Mundano”, “O Ingênuo” e a sua obra prima “Cândido ou o Otimismo”(1759). De acordo com Will Durant, os heróis desses romances são ideias, os vilões superstições e os acontecimentos pensamentos.

A sua correspondência é numerosa, não só com os ingleses, mas também com inúmeras personalidades da época, como Frederico, o Grande, da Prússia, de quem foi amigo.

Aos poucos, Voltaire volta a ter contato com Paris. Graças a proteção de madame Poiapadeur, vira historiógrafo real. Em 1745, Voltaire volta e com Emile vão para paris. Ele se torna candidato à Academia Francesa. Em 1746, é eleito e faz um belo discurso de posse. Lá, escreve muitos dramas, da qual inicialmente fracassa, mas depois alcança sucesso com Zaire, Nahomet, Mírope e Semiramas.

Depois de quinze anos, sua relação com a marquesa torna-se difícil. Em 1748, Emile começa um novo caso, desta vez com Saint Lambert. Em 1749, morre devido a sua quarta gestação.


Então, Frederico II, da Prússia, o convida para fazer parte da corte em Prostdam. Ele é convidado para ser professor de francês do monarca, que manda dinheiro para a transferência. O convite se deve ao fato de Voltaire ser querido por todos, e também por ser admirado por sua inteligência e escritos. A estada lhe agrada, mas não de todo. Foge das cerimônias oficiais. O Rei lhe é gentil e amável e juntos tiveram grandiosas conversas, e o filósofo possuía uma boa suíte. Ambos se tornam grandes amigos e Voltaire não poupa elogios falando para terceiros sobre o monarca da Prússia.

Devido a interpretação de um ponto da teoria newtoniana, Voltaire polemiza com um protegido do Rei, Malpertuis, presidente da academia de Berlim. Ele dirige seu ataque a Malprtuis em um panfleto, Diatribe do Dr. Akaria, em 1752. Quando o panfleto foi publicado, Frederico manda queimar os panfletos e Voltaire escapa da Prússia, escapando da raiva real. Em Frankfurt foi preso pelos agentes do Rei, ficando por semanas na cadeia. Quando retorna à França, descobre que está proibido de voltar para Paris. Vai então para Genebra, na qual adquire uma propriedade chamada “As Delicias”. Nesta casa termina suas maiores obras históricas: “Um Ensaio Sobre o Costume e o Espírito das Nações e Sobre os Principais Fatos da História”, “De Carlos Magno a Luís XIII”, sendo esta última obra citada começada em Cyrei. E “Lê Siècle de Louis XIV” (A Era de Luís XIV).

Em suas obras históricas, Voltaire não apenas dedicou um grande espaço à Judéia e ao Cristianismo, e relatou com imparcialidade a grandiosa cultura Oriental. O Oriente possuía mais tradição que o Ocidente. Com nova perspectiva, descobre-se nesse mundo e os dogmas europeus puderam ser questionados.

Nas Delícias, tem boas relações com os evangélicos. Os enciclopedistas do Iluminismo Francês, comandados por Diderot, pedem a contribuição de Voltaire. Escreve alguns artigos para a enciclopédia. Ocorre então uma ruptura entre Voltaire e Diderot, por desavenças de opiniões. Voltaire ironiza a defesa do estado de natureza de Rousseau (O famoso bom selvagem) dizendo que difere o homem dos animais é a educação e a cultura.

Em 1758 comprou o castelo e a fazenda de Ferney, perto de Genebra, onde instalou uma fábrica de relógios, onde passou quase todo o resto da sua vida. Lá, cuidava de sua propriedade rural e escrevia muito. Também plantou muitas árvores. Seu castelo em Ferney rapidamente se tornou um centro cultural, podendo ser comparado ao que acontecera com o castelo da marquesa de Châtelet. Alguns iluministas iam para lá, como Helvetius e d’Alembert. Voltaire mantém também uma vasta correspondência, com pessoas de todos pos tipos, incluindo grandes governantes.
Em 1755, quando soube do terremoto em Lisboa, da qual morreram trinta mil pessoas, fica revoltado ao saber que os franceses consideram todo o acontecimento como castigo divino. Lamenta a desgraça dos sobreviventes em um poema. O Filósofo sempre lutou contra o preconceito e as superstições, tendo preferência pela epistemologia e pela cultura elucidativa.

Com oitenta e três anos, viaja para Paris, depois de tanto tempo. Lá, teve uma calorosa recepção, e assiste a uma peça sua encenada. Foi até a Academia de Letras de Paris, recebendo uma homenagem. Morre alguns meses depois, no mesmo ano, no dia trinta de maio de 1778. No seu enterro, toda a população parisiense foi participar do cortejo fúnebre.

1.1-Carreira

Iniciado maçom no dia sete de fevereiro de 1778, mesmo ano de sua morte, em uma das mais incríveis cerimônias da maçonaria mundial, a Loja Les Neuf Soeurs, em Paris, inicia ao octogenário Voltaire, que ingressa no templo apóia do por Benjamin Franklin, embaixador dos Estados Unidos na França nessa data. A sessão foi dirigida pelo venerável Mestre Lalande na presença de 250 irmãos. O venerável ancião, orgulho da Europa, foi revestido com o avental que pertenceu a Helvetius e que fora cedido, pela sua viúva.

Voltaire foi um teórico sistemático, mas um propagandista e polemista, que atacou com veemência todos os abusos praticados pelo Antigo Regime. Tinha a visão de que não importava o tamanho de um monarca, deveria, antes de punir um cervo, passar por todos os processos legais, e só então executar a pena, se assim for de acordo com a lei. Se um príncipe simplesmente punisse e regesse de acordo com a sua vontade, seria apenas mais um “Salteador de estrada ao qual se chama de ‘Sua Majestade’”.

As ideias presentes nos escritos dele estruturam uma teoria coerente, da qual em muitos aspectos expressa a perspectiva do Iluminismo.

Defendia a submissão ao domínio do Rei, baseando-se na sua convicção de que o poder poderia ser exercido de maneira racional e benéfica.

Por ter convivido com a liberdade inglesa, não acreditava em governo e Estado ideais, justos e tolerantes fossem utópicos. Não era um democrata, e acreditava que as pessoas comuns mediante o processo da razão e o incentivo à ciência e tecnologia. Assim. Voltaire transforma-se em um perseguidor assíduo dos dogmas, sobretudo da Igreja Católica. Perante essa postura, o catedrático de filosofia Carlos Valverde escreve um grandioso artigo, no qual comenta sobre o comportamento do Iluminista em relação à fé cristã. Que foi registrado no tomo XII da famosa revista francesa Correspondance Littérairer, Philosophie et Critique (1753-1793). No texto há, na edição de abril de 1778, páginas 87-88, o seguinte relato literal de Voltaire:

"Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir à igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na santa religião católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela. Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de Villevielle. Meu amigo."

O relato acima foi reconhecido por alguns como autêntico por alguns, pois estaria confirmando outros documentos que se encontram no número de junho da revista, esta de cunha laico, decerto, uma vez editada por Grimm, Diderot e outros enciclopedistas. Já outros questionaram a necessidade de alguém que acredita em Deus ter que se converter a uma religião especifica, como o catolicismo.

Em sua morte, a revista o exalta como "o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição".

Sua família dedejava que seius restos mortais repousassem na abadia de Scellieres. Em 2 de junho, o bispo de Tryes, em breve nota, proíbe severamente que ele seja enterrado no sagrado o corpo de Voltaire. Mas no dia seguinte, o prior responde ao bispo que seu aviso chegara tardiamente, pois o corpo do Filósofo já havia sido enterrado na abadia. Livros históricos afirmam que ele tentou destruir a Igreja a favor maçom.

A Revolução em triunfo os restos de Voltaire ao panteão de Paris – Antiga Igreja de Santa Genoveva -, dedicada aos grandes homens. Na escura cripta em frente ao seu inimigo Rousseau, pertence até os dias atuais a tumba de Voltaire com este epitáfio:

"Aos louros de Voltaire. A Assembléia Nacional decretou em 30 de maio de 1791 que havia merecido as honras dadas aos grandes homens".

Voltaire introduziu na França, como a liberdade de imprensa, um sistema imparcial de justiça criminal, tolerância religiosa, e tributação proporcional e redução dos privilégios da nobreza e do clero.


2-OBRAS
Oedipe, (Édipo), 1718;
Mariamne (ou Hérode et Mariamne), 1724;
La Henriade, (Henríada) 1728;
Histoirie de Charles XII, (História de Charles XII), 1730;
Brutus, 1730;
Zaire, 1732;
Le temple du goût, 1733;
Lettres Philosophiques ou Letters sur les Anglais (Cartas filosóficas ou Cartas Sobre os Ingleses), 1734;
Adélaïde du Guesclin, 1734;
Le fanatisme ou Mahomet, (escrita em 1736, representada em 1741);
Mondain, 1736;
Epître sur Newton, 1736;
Trité de metaphysiqye, Tratado de Metafísica, 1736;
L'Enfant prodigue, 1736;
Essai sur la nature du feu, 1738;
Elements de la philosophie de Newton (Elementos da Filosofia de Newton), 1738;
Zulime, 1740;
Mérope, 1743;
Zadig, (Zadig ou o Destino), 1748;
Sémiramis 1748;
Le monde comme il va, 1748;
Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749;
Le Siècle de Louis XIV, ( O Século de Luís XIV) 1751;
Micrômegas, 1752;
Rome sauvée, 1752;
Poème sur le désastre de Lisbonne,(Poema Sobre o Desastre de Lisboa) 1756;
Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, (Ensaio Sobre as os Costumes e o Espírito das Nações) 1756;
Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756;
Candide ou l’opitimisme (Cândido ou o otimismo), 1759;
Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760;
Tancrède, (Tancredo), 1760;
Histoire d'un bon bramin, 1761;
La Pucelle d'Orléans, 1762;
Traitè sur la tolerance, Tratado sobre a tolerância, 1763;
Ce qui plait aux dames, 1764;
Dictionnaire philosophique portatif, (Dicionário Filosófico) 1764, foi o primeiro livro portátil da história;
Jeannot et Colin, 1764;
De l'horrible danger de la lecture, 1765;
Petite digression, 1766;
Le Philosophe ignorant, 1766;
L'ingénu, (O Ingênuo) 1767;
L'homme aux 40 écus, 1768;
La Princesse de Babylone, A princesa da Babilônia, 1768;
Canonisation de saint Cucufin, 1769;
Questions sur l'Encyclopédie, 1770;
Les lettres de Memmius, 1771;
Il faut prendre un parti, 1772;
Le Cri du Sang Innocent, 1775;
De l'âme, 1776;
Dialogues d'Euhémère, 1777;
Irene, 1778;
Agathocle, 1779;

2.1-Cândido ou o Otimismo

Esta é sua obra principal. Foi escrita em apenas três dias. Conta com otimismo pessimista a história de um simples rapaz, filho de um barão. Seu mestre, Pangloss, inverte a lei da causalidade, ao afirmar que as pedras foram feitas para construir castelos e o nariz para suportar óculos. Mas, se considera muito culto.

O exército búlgaro invade o castelo onde Cândido morava e o transforma em soldado. Entre morrer e ser açoitado, o garoto prefere o açoite, aguentando-as durante um tempo. Os pais de Cândido são assassinados e o castelo é destruído. O rapaz consegue fugir para Lisboa, e no barco na qual se encontra acha Pangloss. Vale citar que, Pangloss é uma sátira de Leibniz, que dizia que este é o melhor dos mundos possíveis. Mas também é uma sátira de Leibniz e Aristóteles, em relação a doutrina de “Causas Finais”. Enfim, em Lisboa ocorre o terremoto. A Inquisição durou mais tempo em Portugal, que se manteve católica e não aderiu ao protestantismo. Cândido, fugindo deste fato, vai para o Paraguai, onde há grandes diferenças sociais.

O rapaz acha ouro nas terras virgens Paraguaias, mas é enganado e fica quase sem nada. Vai para Boreaux com o que lhe resta. Seguindo sua vida, sofre de males e aventuras. Vai para a Turquia. Devido à crítica a Leibniz, pelo fato da sua teoria afirmar que estamos no melhor dos mundos, um jovem critica Voltaire que replica com as seguintes palavras: “Se esse é o melhor dos mundos possíveis, por que existem tantos male e injúrias?”. Mesmo assim, para Voltaire o mal não é metafísico e sim social. Este problema deve ser superado com trabalho e razão. O homem deve estar sempre ocupado para não adoecer e morrer. Ele era muito ativo e combatia o ócio, Rousseau via críticas pessoais no trabalho de Voltaire.

A ironia é a qualidade essencial do pensamento e da escrita de Voltaire, podendo citar a rapidez com que acaba a vida feliz de Cândido confirma a casualidade das experiências humanas. Mas, ainda assim, Cândido pode ter sido o personagem mais falado, mas ainda assim não é principal, temos na história como protagonista o Acaso. Logo, os “protagonistas” passarão da felicidade inicial a inúmeras adversidades.

A intenção desta parte não é fazer uma síntese de todo o texto, e sim, mostras toda a filosofia “oculta” atrás dos textos e suas curiosidades respectivas.

Para finalizar a história sem deixá-la incompleta, Cândido se casa com quem tanto amava, Cunegundes, mesmo depois de ela estar completamente deformada devido a sua vida sofrida e seguidos estupros.

Há também uma segunda parte deste romance, muito menos conhecido, na qual Cândido deixa a Turquia que, após muitas aventuras e seu casamento com outra mulher, ele fica na Dinamarca, alcançando uma alta posição na corte real.

2.2-Dicionário Filosófico

Foi um dos muitos livros de Voltaire. Publicado em 1764, foi o primeiro livro de bolso da história e alcançou imenso sucesso. As ideias contidas no livro são revolucionárias, pois criticam o Estado e a religião. O Filósofo faz muitas citações de autores de grande nome, e o livro possui uma grande parte histórica.
As ideias deste livro foram, acima de toda e qualquer coisa, extremamente influentes na Revolução Francesa, e, não tratava com descaso a cultura pagã e oriental, como faziam outros autores.

E, falando de uma maneira mais geral, o livro instiga o leitor a pensar, princípio básico da filosofia, com o objetivo de fazer uma enciclopédia ao alcance de todos sobre conhecimentos gerais.

O livro abrange de maneira ampla tudo o que a ciência filosófica e a ciência da vida, além da histórica podem oferecer em suas múltiplas manifestações.

2.3-O Ingênuo

É um livro escrito de maneira satírica e bem humorada, fala de um príncipe huroniano que chega à França e submete-se aos costumes franceses, tornando-se católico. Para isso um abade lhe dá um exemplar do Novo Testamento. Apaixona-se pela sua madrinha de batismo.

O romance mostra as diferenças entre o cristianismo primitivo e eclesiástico.

Vale também destacar que a intenção é falar do fanatismo, sendo citado de diversas formas.

2.4-Micrômegas

Este é um livro escrito recebendo influência de “As Aventuras de Guliver”, de Swift, que Voltaire leu em Londres. Revela também traços de “Pluralidade dos Mundos”, das palestras de Fontenelle e da mecânica de Newton.

Nela é tratada a História de um visitante originário do planeta Sirius a Terra. Com oito léguas de altura, e mil sentidos, costuma viver mais de dez mil anos.

Com esta perspectiva, vem a tona a finitude e a pequenez da Terra e seus habitantes. O ser de outro planeta diz que a felicidade está na aqui e mora, dirigindo-se aos humanos, seres de átomos inteligentes e imateriais. Um filósofo humano expõe ao visitante a brutalidade carniceira na Terra, provocando a ira e decepção do estrangeiro. Este filósofo o dissuade de seu impulso de matar a todos com suas passadas.

Este é um livro pequeno, mas de grande valor filosófico, histórico e mostra uma grande parte dos valores de Voltaire.

2.5-Zadig
Voltaire (François-Marie Arouet) foi um dos grandes filósofos do Iluminismo. Dentre as suas qualidades destaca-se a ironia, às vezes gentil, em outras sarcástica e, não poucas vezes, profundamente destrutiva. Suas obras dão sentido à velha máxima: “Ridendo Castigat Mores” (com o riso castigam-se os costumes).

Zadig não é diferente; ironiza o poder, a organização política, a riqueza, o orgulho as pretensões da burguesia, a riqueza, a inveja e muito mais.
Vale hoje como valeu em seu século.
Nélson Jahr Garcia

Neste conto, fala de um grande mago da Babilônia, que propôs alguns enigmas aos candidatos ao trono de rei, para governar justamente com a rainha Astartéia.

Ele propôs o seguinte enigma como primeiro: “Qual é, de todas as coisas do mundo a mais longa e mais curta, a mais negligenciada e a mais irreparavelmente lamentada, que devora tudo o que é pequeno e que vivifica tudo o que é grande?”.

Alguns disseram que era a fortuna, outros a terra, outros a luz. Zadig acerta dizendo que é o tempo. “Nada mais longo (...) pois é a medida da eternidade; nada é mais curto, pois que falta a todos os nossos projetos; nada mais lento para quem espera; nada mais rápido para quem desfruta a vida; estende-se, em grandeza, até o infinito, todos que lamentam a perda; nada se faz sem ele; faz esquecer tudo o que é indigno da posterioridade, e imortaliza as grandes coisas.

Após, ao defender sua amada, Zadig é ferido no olho ficando cego do mesmo. A amante, Samira, compromete-se com outro homem. Zadig casa-se com uma camponesa. Ao testar a sua fidelidade fingindo-se de morto e com a ajuda de um amigo é traído e foge para floresta. Adquirindo sapiência, torna-se amigo e ministro do rei (Observe a semelhança em relação a Zadig e Voltaire no momento em que vira professor de francês de Frederico II), a rainha se apaixona por Zadig e o rei planeja mata-los, e, Zadig foge. Em um transe vislumbra a ordem imutável do universo. Depois, ainda, é feio escravo, mas depois tornasse assessor de seu senhor.


3-TEORIAS
Para Voltaire, a metafísica é uma quimera. Pode-se escrever mil tratados de sábios e não desvendar o segredo do Universo, ou questões como: O que é matéria? Por que as sementes germinam na terra? Seu ceticismo é uma atitude contra a metafísica. Ele fala de um Ser Supremo, cuja crença veio depois do politeísmo, é valida. Resultando um paradoxo, pois Deus existe e não podemos conhecer os segredos do universo. Voltaire aceita os argumentos para a existência de Deus de São Tomás de Aquino. É a causa primeira de tudo, Inteligência Suprema. Contrariando o Deus judaico-cristão, o Deus de Voltaire fez o mundo em tempos remotos e depois o abandonou ao próprio destino. Por este motivo ele é deísta.

Para os iluministas, Deus não existe e é o mal da humanidade. A ignorância e o medo criaram os Deuses, e a fraqueza os preserva. É um empecilho para a civilização, sendo assim, o materialismo é preferencial à teologia. As suas ideias foram defendidas por Voltaire na Enciclopédia, na qual o principal autor era Diderot. Os enciclopedistas chamavam-no de fanático, pelo fato de acreditar em Deus. Ele via Deus na harmonia inteligente entre as coisas. Mas negava o livre arbítrio e a providência. Tanto que responde ao Barão d’Holbach, notório ateu, que o título de seu livro “O Sistema da Natureza”, demonstra inteligência superior.

Voltaire foi um defensor da justiça. Defendeu muitos que estavam em desgraça e lutou contra a tirania. Não se entusiasmava com as formas de governo e achava os legisladores reducionistas. Como viajou muito, não era patriótico. Era completamente céptico em relação ao povo e à ignorância, que estava muito difundida. Levantava dúvidas, muitas de suas obras são repletas de perguntas. Em uma carta à Rousseau, no qual comenta o Discurso de origem sobre os fundamentos da desigualdade, disse que o livro de Rousseau o fez querer voltar a andar com quatro patas, mas que já havia abandonado este hábito jaz-se sessenta anos.

Voltaire foi um burguês que se opôs à intolerância religiosa, de opinião, entre outras..., coisa de existência muito forte no período na qual esteve vivo. Suas ideias e seu desejo supremo de realização era tamanho e, suas ideias tamanhamente revolucionárias que teve que se exilar da França, seu país de origem.

O conjunto de ideias de Voltaire constitui um pensamento chamado de Liberalismo. Liberalismo é uma filosofia política que prima pela autonomia moral e econômica da sociedade civil em oposição à concentração do poder político. Apesar se diversas culturas e épocas apresentarem indícios das ideias liberais, o liberalismo definitivamente ganhou expressão moderna nos escritos de John Locke (1632-1704) e Adam Smith (1723-1790). Seus principais conceitos incluem individualismo metodológico e jurídico, propriedade privada, governo limitado, estado de direito e livre mercado.

Para Voltaire, o preconceito é algo mau, medíocre, sem eficácia. Preconceito é uma opinião desprovida de julgamento. Podem ser: Dos sentido – Como por exemplo: o sol é pequeno, pois o vejo assim.

Físicos: a Terra está imóvel.

Históricos: temos como exemplo a lenda de fundação de Roma, por Rômulo e Rêmulo.

Religiosos: Temos como exemplo quando Maomé viajou aos céus.

Ele tem um pensamento racional para desvendar os mistérios da consciência humana. Dá a entender que Descartes estava errado com seu inatismo, e prefere a teria de Locke, de que tudo deriva das sensações. A sensação é tão importante quanto o pensamento, e o mundo é uma sensação contínua. Ele faz paralelos com a cultura grega e romana, nos verbetes do “Dicionário Filosófico”. As crenças tem um lado subjetivo muito forte. Esforçando-nos para ver a crença, ela acabará por existir, para nós.

Os sonhos são um mistério, portanto, fonte de superstições, como os que sonham com acontecimentos e pensam ser Deus o responsável. O fato de não podermos usar a razão enquanto vivemos um sonho, e de ser um estado alternativo, de percepção etérea, é o que faz suscitar dúvidas de interpretação. Os sonhos não tem valor objetivo, para Voltaire. A moral vem de Deus, como a luz. As superstições são trevas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ENCIPLOPÉDIA Barsa Society. São Paulo 2001.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio, o Dicionário da Língua Portuguesa. 7ª ed. Curitiba: Positivo, 2008.

FARIAS, Bernadete. Biblioteca da Escola em Casa – Vol 5. São Paulo: Difusão Cultural do Livro – DCL, 2004.

NICOLA, Ubaldo. Antoligia Ilustrada de Filosofia – Das origens à Idade Moderna. São Paulo: Editora Globo, 2002.

BENDER. Cândido ou o Otimismo, de Voltaire. Disponível em: http://www.benderblog.com/comentarios/candido-ou-o-otimismo-de-voltaire/ Acesso em: 20 mai. 2009.

GARCIA, Nélson Jahr. Zadig, Voltaire Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/zadig.html Acesso em: 21 mai. 2009

PESSIMISTAS, otimistas & o doutor Pangloss. Disponível em: http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/51461/ Acesso em: 20 mai. 2009

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VOLTAIRE. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biograf. jhtm Acesso em: 11 mai. 2009

CÂNDIDO ou o Otimismo. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ndido, _ou_O_Otimismo Acesso em: 20 mai. 2009

MICRÔMEGAS – Voltaire. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/micromegasN.html Acesso em: 21 mai. 2009

O “ENIGMA” do tempo no Zadig de Voltaire. Disponível em: http://www.eternoretorno.com/2009/01/24/o-enigma-do-tempo-no-zadig-de-voltaire/ Acesso em: 21 mai. 2009

LIBERALISMO. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo Acesso em: 21 mai. 2009.

VOLTAIRE, Citações e Pensamentos. Disponível em: http://br.geocities.com/webmensagens/citas/voltaire.html Acesso em: 12 mai. 2009

FRASES de Voltaire. Disponível em: http://www.frases.mensagens.nom.br/frases-autor-v1-voltaire.html Acesso em: 12 mai. 2009

Aurora Polar e Aurora Boreal




1-AURORA POLAR
A aurora polar é um fenômeno óptico composto de um brilho observado nos céus noturnos em regiões próximas a zonas polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar no campo magnético terrestre.

A aurora aparece tipicamente tanto como um brilho difuso quanto como uma cortina estendida em sentido horizontal. Algumas vezes são formados arcos que podem mudar de forma constantemente. Cada cortina consiste de vários raios paralelos e alinhados na direção das linhas do campo magnético, sugerindo que o fenômeno no nosso planeta está alinhado com o campo magnético terrestre. Da mesma forma a junção de diversos fatores pode levar à formação de linhas aurorais de tonalidades de cor específicas.

A aurora polar terrestre é causada por elétrons de energia de 1 a 15 keV, além de prótons e partículas alfa, sendo que a luz é produzida quando eles colidem com átomos da atmosfera do planeta, predominantemente oxigênio e nitrogênio, tipicamente em altitudes entre 80 e 150 km. Cada colisão emite parte da energia da partícula para o átomo que é atingido, um processo de ionização, dissociação e excitação de partículas. Quando ocorre ionização, elétrons são despejados do átomo, os quais carregam energia e criam um efeito dominó de ionização em outros átomos. A excitação resulta em emissão, levando o átomo a estados instáveis, sendo que estes emitem luz em freqüências específicas enquanto se estabilizam. Enquanto a estabilização do oxigênio leva até um segundo para acontecer, nitrogênio estabiliza-se e emite luz instantaneamente. Tal processo, que é essencial para a formação da ionosfera terrestre, é comparável ao de uma tela de televisão, no qual elétrons atingem uma superfície de fósforo, alterando o nível de energia das moléculas e resultando na emissão de luz.

De modo geral, o efeito luminoso é dominado pela emissão de átomos de oxigênio em altas camadas atmosféricas (em torno de 200 km de altitude), o que produz a tonalidade verde. Quando a tempestade é forte, camadas mais baixas da atmosfera são atingidas pelo vento solar (em torno de 100 km de altitude), produzindo a tonalidade vermelho escura pela emissão de átomos de nitrogênio (predominante) e oxigênio. Átomos de oxigênio emitem tonalidades de cores bastante variadas, mas as predominantes são o vermelho e o verde.
O fenômeno também pode ser observado com uma iluminação ultravioleta, violeta ou azul, originada de átomos de nitrogênio, sendo que a primeira é um bom meio para observá-lo do espaço (mas não em terra firme, pois a atmosfera absorve os raios UV). O satélite da NASA Polar já observou o efeito em raios X, sendo que a imagem mostra precipitações de elétrons de alta energia.

A interação entre moléculas de oxigênio e nitrogênio, ambas gerando tonalidades na faixa do verde, cria o efeito da "linha verde auroral", como evidenciado pelas imagens da Estação Espacial Internacional. Da mesma forma a interação entre tais átomos pode produzir o efeito da "linha vermelha auroral", ainda que mais raro e presente em altitudes mais altas.

A Terra é constantemente atingida por ventos solares, um fluxo rarefeito de plasma quente (gás de elétrons livres e cátions) emitidos pelo Sol em todas as direções, um resultado de milhões de graus de temperatura da camada mais externa da estrela, a coroa solar. Durante tempestades magnéticas os fluxos podem ser bem mais fortes, assim como o campo magnético interplanetário entre os dois corpos celestes, causando distúrbios pela ionosfera em resposta às tempestades. Tais distúrbios afetam a qualidade da comunicação por rádio ou de sistemas de navegação, além de causar danos para astronautas em tal região, células solares de satélites artificiais, no movimento de bússolas e na ação de radares. A resposta da ionosfera é complexa e de difícil modelagem, dificultando a predição para tais eventos.

A magnetosfera terrestre é uma região do espaço dominada por seu campo magnético. Ela forma um obstáculo no caminho do vento solar, causando sua dispersão em sua volta. Sua largura é de aproximadamente 190 000 km, e durante as noites uma longa cauda magnética é estendida para distâncias ainda maiores.
As auroras geralmente são confinadas em regiões de formato oval, próximas aos pólos magnéticos. Quando a atividade do efeito está calma, a região possui um tamanho médio de 3.000 km, podendo aumentar para 4.000 ou 5.000 km quando os ventos solares são mais intensos.

A fonte de energia da aurora é obtida pelos ventos solares fluindo pela Terra. Tanto a magnetosfera quanto os ventos solares podem conduzir eletricidade. É conhecido que se dois condutores elétricos ligados por um circuito elétrico são imersos em um campo magnético e um deles move-se relativamente ao outro, uma corrente elétrica será gerada no circuito. Geradores elétricos ou dínamos fazem uso de tal processo, mas condutores também podem ser constituídos de plasmas ou ainda outros fluidos. Seguindo a mesma idéia, o vento solar e a magnetosfera são fluidos condutores de eletricidade com movimento relativo, e são capazes de gerar corrente elétrica, que originam tal efeito luminoso.

Como os pólos magnético e geográfico do planeta não estão alinhados, da mesma forma as regiões aurorais não estão alinhadas com o pólo geográfico. Os melhores pontos (chamados pontos de auge) para a observação de auroras encontram-se no Canadá para auroras boreais e na ilha da Tasmânia ou sul da Nova Zelândia para auroras austrais.

Mas não existem apenas auroras naturais na Terra.

As auroras também podem ser formadas através de explosões nucleares em altas camadas da atmosfera (em torno de 400 km). Tal fenômeno foi demonstrado pela aurora artificial criada pelo teste nuclear estadunidense Starfish Prime em 9 de julho de 1962. Nessa ocasião o céu da região do Oceano Pacífico foi iluminado pela aurora por mais de sete minutos. Tal efeito foi previsto pelo cientista Nicholas Christofilos, que havia trabalhado em outros projetos sobre explosões nucleares. De acordo com o veterano estadunidense Cecil R. Coale, alguns hotéis no Havaí ofereceram festas da bomba de arco-íris em seus telhados para acompanhar o Starfish Prime, contradizendo relatórios oficiais que indicavam que a aurora artificial era inesperada. O fenômeno também foi registrado em filme nas Ilhas Samoa, em torno de 3 200 km distante da ilha Johnston, local da explosão.

As simulações do efeito em laboratório começaram a ser feitas no final de século XIX pelo cientista norueguês Kristian Birkeland, que provou, utilizando uma câmara de vácuo e uma esfera, que os elétrons eram guiados em tal efeito para as regiões polares da esfera.

Recentemente, pesquisadores conseguiram criar um efeito auroral modesto visível da terra ao emitir raios de rádio no céu noturno, tomando uma coloração verde. Da mesma forma que o fenômeno natural, as partículas atingiam a ionosfera, excitando os elétrons no plasma. Com a colisão dos elétrons com a atmosfera terrestre as luzes eram emitidas. Tal experimento também aumentou o conhecimento dos efeitos da ionosfera nas comunicações por rádio.

Engana-se quem pensa que paenas na Terra é possível ver a Aurora Polar, ela também pode ser vista em alguns planetas do Sistema Solar.

Tanto Júpiter quanto Saturno também possuem campos magnéticos muito mais fortes que os terráqueos (Urano, Netuno e Mercúrio também são magnéticos) e ambos possuem grandes cintos de radiação. O efeito da aurora polar vem sendo observado em ambos, mais claramente com o telescópio Hubble.

Tais auroras parecem ser originadas do vento solar. Por outro lado, as luas de Júpiter, em especial Io, também são fontes poderosas de auroras. Elas são formadas a partir de correntes elétricas pelo campo magnético, geradas pelo mecanismo de dínamo relativo ao movimento entre a rotação do planeta e a translação de sua lua. Particularmente, Io possui vulcões ativos e ionosfera, e suas correntes geram emissão de rádio, que vêm sendo estudadas desde 1955.

Como as terrestres, as auroras de Saturno criam regiões ovais totais ou parciais em torno do pólo magnético. Por outro lado, as auroras daquele planeta costumam durar por dias, diferente das terrestres que duram por alguns minutos somente. Evidências mostram que a emissão de luz nas auroras de Saturno contam com a participação da emissão de átomos de hidrogênio.

Uma aurora foi recentemente detectada em Marte pela sonda espacial Mars Express durante suas observações do planeta em 2004, com resultados publicados no ano seguinte. Marte possui um campo magnético mais fraco que o terrestre, e até então pensava-se que a falta de um campo magnético forte tornaria tal efeito impossível. Foi percebido que o sistema de auroras de Marte é bastante parecido com o da Terra, sendo comparável às nossas tempestades de baixa e média intensidade. Como o planeta está sempre direcionado para o nosso planeta com seu lado diurno, a observação de auroras é somente possível através de espaçonaves investigando o lado noturno do planeta vermelho e nunca a partir da Terra.

Vênus, que não possui um campo magnético, apresenta também o fenômeno, no qual as partículas da atmosfera são diretamente ionizadas pelos ventos solares, fenômeno também presente na Terra.


2-HISTÓRICO DE PESQUISAS EM RELAÇÃO À AURORA POLAR
As auroras boreais vêm sendo estudadas cientificamente desde o século XVII. Em 1621, o astrônomo francês Pierre Gassendi descreveu o fenômeno observado no sul da França. No mesmo ano, o astrônomo italiano Galileu Galilei começou a investigar o fenômeno como parte de um estudo sobre o movimentos dos astros celestes. Como seu raio de estudo limitava-se à Europa, o fato de verificar o fenômeno no norte do continente levou-o a batizá-lo aurora boreal. No século XVIII o navegador inglês James Cook presenciou no Oceano Índico o mesmo fenômeno de Galileu, batizando-o aurora austral. A partir de então ficou claro que o efeito não era exclusivo do hemisfério norte terrestre, criando-se a denominação aurora polar. Na mesma época, o astrônomo britânico Edmond Halley suspeitou que o campo magnético terrestre estivesse relacionado com a formação de auroras boreais. Em 1741, Olof Hiorter e Anders Celsius foram os primeiros a noticiar evidências do controle magnético quando existiam observações de auroras.

Henry Cavendish, em 1768, calculou a altitude no qual o fenômeno ocorre, mas somente em 1896 uma aurora foi reproduzida em laboratório por Kristian Birkeland. O cientista, cujos experimentos em câmara de vácuo com raios de elétrons e esferas magnéticas mostravam que tais elétrons era guiados para as regiões polares, propôs por volta de 1900 que os elétrons da aurora são originados de raios solares. Esse modelo possui problema devido à falta de evidências no espaço, tornando-se obsoleto em pesquisas atuais. Birkeland também deduziu em 1908 que as correntes de magnetismo fluíam na direção leste-oeste.

Mais evidências na conexão com com o campo magnético são os registros estatísticos das auroras polares. Elias Loomis (1860) e posteriormente mais detalhadamente Hermann Fritz (1881) estabeleceram que a aurora aparece principalmente em uma região em forma de anel com raio de aproximadamente 2500 km em volta do pólo magnético terrestre. Loomis também foi responsável por descobrir a relação da aurora com a atividade solar, ao observar que entre 20 e 40 horas mais tarde de uma erupção solar, noticiava-se o aparecimento de auroras boreais no Canadá.

Os trabalhos de Carl Stormer no campo do movimento de partículas eletrificadas em um campo magnético facilitaram a compreensão do mecanismo de formação das luzes do norte. A partir da década de 1950 descobriu-se a emissão de matéria pelo Sol, a qual foi chamada vento solar, efeito que também explica o fato das caudas de cometas estarem sempre opostas ao Sol. Tal teoria foi formulada pelo físico estadunidense Newman Parker em 1957, tendo sido comprovada no ano seguinte pelo satélite Explorer I. A partir de então, a exploração espacial permitiu não somente um aumento do conhecimento sobre as auroras terrestres, mas também a observação do fenômeno em outros planetas como Júpiter e Saturno.

James Van Allen provou, por volta de 1962, ser falsa a teoria que a aurora era o excesso do cinturão de radiação. Ele mostrou que a alta taxa de dissipação da energia da aurora iria rapidamente secar todo o cinturão de radiação. Logo após tornou-se claro que a maioria da energia era composta de cátions, enquanto que as partículas da aurora são quase sempre elétrons com relativa baixa energia.

Em 1972 foi descoberto que a aurora e suas correntes de magnetismo associadas também produzem uma forte emissão de rádio em torno de 150 kHz, efeito observável do espaço somente.


3-A AURORA POLAR NA CULTURA MUNDIAL
Os asiáticos acreditam que quem tenha visto a Aurora Boreal viverá feliz o resto da sua vida. Especialmente, acredita-se que seja uma fonte de fertilidade e nascimentos próximos. Como por exemplo, na China.

Em 1855, Thomas Bulfinch, em seu livro “Mitologia de Bulfinch”, faz uma citação nórdica em relação à Aurora :

“As Valquírias são virgens da guerra, montadas em cavalos e armadas com elmos e lanças. /.../ Quando elas cavalgam adiante em sua mensagem, suas armaduras derramam uma luz estranha que bruxuleia, que acende por cima dos céus do norte, fazendo o que os homens chamam "aurora borealis", ou "Luzes do Norte".”

Apesar de uma descrição marcante, não há citações na literatura escandinava que apóiem tal afirmação. Embora a atividade auroral seja comum na região na qual situam-se a Escandinávia e a Islândia, é possível que o pólo norte magnético estivesse consideravelmente mais longe dessa região nos séculos anteriores à documentação da mitologia, assim explicando a falta de referências.

A primeira citação na mitologia nórdica de norðurljós é encontrada na crônica Konungs Skuggsjá (1250). Seu autor havia ouvido falar sobre o fenômeno de compatriotas retornando da Groelândia, e fornece três explicações: que o oceano estava rodeado de fogos vastos, que os raios solares podiam atingir o "lado noturno" do mundo ou que as geleiras podiam armazenar energia de forma a tornarem-se eventualmente fluorescentes.

Um antigo nome escandinavo para as Luzes do Norte é traduzido como “relâmpago de arenque”. Acreditava-se que as luzes fossem reflexos lançados por grandes cardumes de arenques para o céu. Outra fonte escandinava refere-se a fogos que rodeiam os extremos norte e sul do mundo. Isso coloca em evidência que os nórdicos chegaram a se aventurar até a Antártica, ainda que somente uma citação seja insuficiente para formar uma conclusão sólida.

A palavra finlandesa que define a aurora boreal, "revontuli", vem de uma fábula lapã ou saami. "Repo" significa raposa (diminutivo) e "tuli" fogo. Sendo assim, o "revontuli" significa "fogo da raposa". Segundo a lenda, as caudas das raposas que corriam pelos montes lapões, batiam contra os montes de neve e as faíscas que saíam desses golpes refletiam-se no céu. Sendo assim, de acordo com a lenda, essas raposas eram originárias da Lapônia.

Em estoniano é chamado virmalised, espíritos dos altos reinos. Em algumas lendas eles possuem caráter negativo enquanto noutras positivo.

O povo Sami acreditava que deveria se ter cuidado e silêncio ao observar as estrelas do norte (chamadas guovssahasat em sua língua), senão elas poderiam descer e matar o observador. Já os algonquinos acreditavam que as luzes eram seus ancestrais dançando ao redor de um fogo cerimonial.
No folclore inuit, a aurora boreal era composta por espíritos de mortos jogando futebol com uma caveira de morsa pelo céu. Eles também utilizavam a aurora para chamar seus filhos para casa antes da escuridão, clamando que se a pessoa fizesse sons em sua presença ela baixaria e a queimaria.

No folclore letão, especialmente se a cor vermelha era observada, acreditava-se que se tratasse de almas de guerreiros mortos, um agouro de desastre, como guerra ou fome.

E, na Bíblia também é citada em uma parte, no Livro de Ezequiel.

“Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com um fogo que emitia de contínuo labaredas, e um resplendor ao redor dela; e do meio do fogo saía uma coisa como o brilho de âmbar.”

Na Antiguidade também acreditava-se que a Aurora Polar vermelha era capaz de guiar seus mortos, pois eram luzes deixadas pelas almas velhas para as almas recém-chegadas, ou ainda, que eram guerras ocorridas entre seus deuses.


4-TIPOS DE AURORA POLAR
1. Arco homogêneo: forma-se um arco no céu.

2. Arco com estrutura de raio: um arco cresce e se espalha no céu.

3. Faixa homogênea: vários arcos se formam.

4. Faixa com estrutura de um raio: uma ou mais faixas se estendem de leste para oeste, como se fossem raios.

5. Cortinas: Esta é a forma mais clara de aurora que pode ser observada. Os raios cobrem a maior parte do céu e ondas vêm e vão. As luzes variam rapidamente.

6. Raios: Raios se alinham ao longo do campo magnético da Terra e mudam bem rápido.

7. Coronas: Vistos da Terra, os raios parecem leques.


5-DIFERENCIAÇÃO ENTRE AURORA BOREAL E POLAR
A Aurora Boreal é um fenômeno muito distinto do Sol da Meia-noite. Na Lapônia, a Aurora Boreal ocorre 200 dias por ano, embora não seja sempre visível e nunca o seja durante a época do Sol de Meia-noite (no Verão). Ou seja, ela apenas é vista no Pólo Norte.

Em latitudes do hemisfério norte é conhecida como aurora boreal, nome batizado por Galileu Galilei, em referência à deusa romana do amanhecer Aurora e ao seu filho Bóreas, representante dos ventos nortes. Ocorre normalmente nas épocas de setembro a outubro e de março a abril.

Já a Aurora Astral (também chamada de Austral) ocorre nas longitudes do hemisfério Sul. Também sendo fenômeno do Sol da Meia-Noite.

A origem de seu nome é bem mais simples uqe a da Aurora Boreal.

A Aurora Astral recebeu este nome, dado por James Cook, pelo fato de ser relacionada diretamente com o fato da mesma ocorrer no sul da Terra.
A Aurora Polar ocorre no hemisfério sul, já a Aurora Boreal no hemisfério norte


BIBLIOGRAFIA


LIVROS:
ATLAS Geográfico Histórico Universal. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2004

INTERNET:

AURORA Polar. Disponível em: Acesso em:5 mai 2009

AURORA Boreal. Disponível em:http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/auroras-polares/aurora-boreal.php Acesso em: 5 mai 2009

Meristemas





1-DEFINIÇÃO
O Meristema é um tecido formado por células com características embrionárias, isto é, não estão especializadas e têm grande capacidade de divisão, podendo dar origem a qualquer outro tipo de tecido (Totipotente). Divide-se em dois tipos:
-Meristema apical ou primário;
-Meristema lateral ou secundário.

De modo aprofundado, meristema é um tecido de caráter embrionário existente na planta madura, composto de células diferenciadas que retém indefinidamente sua capacidade de divisão. A partir do meristema ocorre o crescimento da planta e novas células são continuamente adicionadas ao corpo vegetal.

Quanto ao tamanho das células meristemáticas este é bastante variável, e não é possível definir uma tendência geral.

Citologicamente, as características são a sua forma mais ou menos isodiamétrica. Possuem parede geralmente finas e ricas em protoplasma. Não existem, contudo, características exclusivas ás células meristemáticas que permitam sua diferenciação segura de células maduras com as paredes extremamente expessas. Tal ocorre no câmbio vascular.

A classificação dos meristemas segue diferentes e variados critérios: posição do tecido no corpo vegetal, tipo de tecido formado pela diferenciação das células meristemáticas, entre outros menos úteis.

Como observação final, lembra-se que outros tecidos também podem apresentar divisões celulares, por exemplo, o parênquima e o colênquima, que são tecidos formados de células vivas, possibilitando ao vegetal a regeneração de áreas danificadas. Mas, nesses tecidos o número de divisões é limitado e restrito a determinadas ocasiões especiais.


1.1-ORIGEM DOS TECIDOS
A formação de novas células, tecidos e órgãos através da atividade meristemática, envolvem divisões celulares. Nos meristemas algumas células dividem-se de tal modo que, uma das células filhas resultante da divisão cresce e diferencia-se, tornando-se, tornando-se uma nova célula acrescentada no corpo da planta e, a outra, permanece indiferenciada indefinidamente como célula meristemática. As células que permanecem no meristema são denominadas de células iniciais e as que são acrescentadas ao corpo da planta são denominadas de células derivadas.

As células iniciais e derivadas mais recentes compõe os meristemas apicais ou promeristemas. Geralmente, as células derivadas ainda se dividem várias vezes, antes de sofrerem as alterações citológicas que denunciam alguma diferenciação.
Na atividade meristemática a divisão celular combina-se com o crescimento das células resultantes da divisão. Este aumento de volume é, na verdade, o maior responsável pelo crescimento e largura do vegetal.

As células que não estão mais se dividindo e que podem ainda estar em crescimento, iniciam processo de diferenciação. A diferenciação envolve alterações químicas, morfológicas e fisiológicas que transforma a células em estruturas diversas.

Os tecidos maduros exibem diferentes graus de diferenciação. Elevado grau de diferenciação e especialização é conseguido pelas células de condução do xilema e floema e, também pelas fibras. Mudanças menos profundas são observadas nas células do parênquima e, isto é, particularmente, importante para o vegetal, pois as células diferenciadas podem voltar a apresentar divisões quando estimuladas. A recuperação de áreas baseadas e a formação de “callus” na cultura de tecidos, por exemplo, é possível devido à capacidade de divisão das células parenquimáticas.

Assim, com mais amplitude, o meristema abrange, as iniciais meristemáticas, seus derivados recentes, que ainda não apresentam nenhum sinal de diferenciação aquelas células, cujo curso de diferenciação já está parcialmente terminado, mas que ainda apresentam algumas divisões celulares e o seu crescimento ainda está acontecendo.


2-ORGANIZAÇÃO HISTOLÓGICA
Nas raízes e caules altamente organizados, cada célula passa por uma série ordenada de fases de crescimento. A célula cúbica, produzida na região meristemática ou meristema dos vacúolos aumenta e estas finalmente se fundem de tamanho pela produção de mais material da parede celular, do citoplasma e dos vários tipos de organelas celulares.

A diferenciação ocorre, geralmente, junto ao alongamento, mas algumas vezes segue-se a este. As células externas da raiz, por exemplo, adotam uma de duas formas finais: ou se achatam e funcionam como célula epidérmica com uma extensão bastante longa que absorve prontamente água e sais minerais. Durante a rápida fase de crescimento dessas células, o núcleo quase sempre se situa na extremidade do pêlo e parece ser o centro de grande atividade metabólica. Os pêlos absorventes têm vida curta, mas são produzidos em grande quantidade á medida que a ponta de raiz se aprofunda no solo. Os pêlos absorventes aumentam bastante a área em contato com o solo.

Os tecidos centrais da raiz diferenciam-se nos elementos vasculares, uma vez que este órgão, caracteristicamente, não possui medula. Isto também ocorre nos tecidos em cultura. Bem no interior das massas de crescimento rápido de uma cultura de tecidos não-diferenciada, encontramos pequenos grupos de traquéides. Por isso supomos que há algumas coisas no interior da massa de células ou falta de contato com o solo ou no meio externo.


3-MERISTEMAS APICAIS (OU PRIMÁRIOS)
A planta fanerógama adulta sempre mantém a capacidade de adicionar novos incrementos ao seu corpo, em parte através da atividade dos meristemas apicais presentes nos sistemas caulinar e radicular. Numa planta em desenvolvimento, meristema apical típico ou promeristema é encontrado na extremidade do eixo principal e dos ramos do sistema caulinar (Meristemas apicais caulinares), assim como na extremidade do eixo principal e das ramificações do sistema radicular (Meristemas apicais radiculares). Através das divisões, as células desse tecido (Células meristemáticas) produzem os precursores dos tecidos primários do caule e da raiz. Portanto, os meristemas apicais formam o corpo primário da planta. O meristema apical pode ser vegetativo quando se origina do caule e da raiz. Portanto, os meristemas apicais formam o corpo primário da planta. O meristema apical pode ser vegetativo quando origina os tecidos e os órgãos ou reprodutivo quando originam tecidos e os órgãos reprodutivos.

Num meristema apical, certas células sofrem tal que um dos produtos de uma divisão torna-se uma nova célula acrescentada ao corpo da planta, e o outro, permanece como célula meristemática. As células que permanecem no meristema são as iniciais, e as que são acrescentadas ao corpo da planta, derivadas. Portanto, certas células nos meristemas atuam como iniciais, principalmente, porque ocupam uma posição apropriada para tal atividade. No grupo das criptógamas, especialmente, briófitas e pteridófitas, ocorre o crescimento através de uma célula apical inicial. Em ápices caulinares e em ápices radiculares de gimnospermas e de angiospermas ocorrem grupos iniciais.

O meristema apical é um conjunto de células, que abrange as células iniciais e as células derivadas mais recentes. As derivadas também se dividem e produzem também se dividem e produzem uma ou mais gerações de células. Geralmente, a capacidade de divisão existe até o momento em que se instalam na célula modificações marcantes que fazem parte do processo de diferenciação o qual fornece à célula características próprias. Assim, o crescimento, no sentido de divisão celular, não está limitado às regiões mais apicais do caule ou da raiz, mas estende-se, na realidade, a níveis que estão longe da região do meristema apical.

Na atividade meristemática o processo de divisão celular está combinado com o aumento em dimensões dos produtos das divisões. Na região do caule ou da raiz, em que as células não mais se dividem, mas estão se diferenciando, as mesmas células podem estar ainda crescendo em suas dimensões. Desse modo, na mesma célula, ocorrem, ao mesmo tempo, os fenômenos de crescimento e de diferenciação; além disso, num mesmo nível de um caule ou de uma raiz, diferentes regiões podem estar em diferentes estágios de crescimento e de diferenciação.

O termo meristema não é restrito ao topo do ápice caulinar ou radicular, porque as modificações que ocorrem, são graduais entre as regiões dos meristemas apicais te aquelas onde estão situados os tecidos primários adultos do caule ou da raiz; e também, porque os fenômenos de divisão celular, aumento celular em dimensões e diferenciação celular, aparecem em gradação, seja no caule, ou na raiz. Pode-se usar os termos meristemas apicais e tecidos meristemáticos primários, que estão abaixo desses últimos, para que se possa fazer uma distinção entre o meristema apical propriamente dito e os níveis subjacentes. Os termos ponta de raiz (Ápice radicular) e ponta de caule (Ápice caulinar) são usados num sentido amplo, para incluir o meristema apical e os tecidos meristemáticos primários. Esses últimos são: protoderma que origina todo o revestimento da planta, isto é, a epiderme, procâmbio que origina os tecidos vasculares e parte do câmbio, se a planta cresce em espessura, e, meristema fundamental que origina todos os tecidos de preenchimento.

3.1-Ápice Radicular
Considerando-se o ápice radicular como um todo, pode-se visualizar o meristema apical propriamente dito e os tecidos meristemáticos primários, que estão em processo inicial de diferenciação. O meristema apical propriamente dito é constituído por uma região central, de células com atividades mitóticas muito baixas ou centro qiuescente, o qual é parcialmente envolvido por algumas camadas de células, com atividade mitótica mais acentuada.

A coifa cobre este meristema e em alguns casos, é formada por um meristema independente chamado caliptroênio. Devido a presença da coifa, pode-se fazer referência ao meristema radicular, como sub-apical e o caliptrogênio, como apical.
Os tecidos meristemáticos primários, derivados do promeristema e que estão em diferenciação são a protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio. A protoderme diferencia-se da epiderme, o meristema fundamental em córtex e o procâmbio em cilindro vascular.

3.2-Ápice Caulinar
O caule com seus nós e entrenós, gemas auxiliares e ramos resultantes do desenvolvimento das gemas e, mais tarde, as estruturas reprodutivas, resultam, basicamente, da atividade dos meristemas apicais. Como já foi mencionado, no meristema apical caulinar vegetativo de gimnospermas ocorrem grupos de iniciais. Entre as teorias que descrevem o ápice meristemático caulinar, a de Schmith, proposta em 1924, apesar de a falha, é a mais simples e aplicável em grande parte dos casos das angiospermas. Esta teoria admite o conceito de túnica-corpo, portanto o meristema apical consiste da túnica, abrangendo uma ou mais camadas periféricas de células que se dividem em planos perpendiculares é de superfície do meristema (Divisões anticlinais); e do corpo, agrupamento situado abaixo da túnica, e no qual as células dividem-se em vários planos. As divisões que ocorrem no corpo permitem que o meristema apical aumente em volume, enquanto que na túnica, permitem um crescimento em superfície. Tanto a túnica quanto o corpo sempre formam novas células, sendo que as mais velhas vão se incorporando ás regiões do caule abaixo do meristema apical. O corpo, assim como cada uma das camadas da túnica possuem suas próprias iniciais. As iniciais da túnica contribuem para a formação da parte superficial do caule; as células produzidas pelo corpo são adicionadas ao centro do eixo, isto é, ao meristema da medula, e, comumente, também é parte da região periférica do caule.

Assim como no caso da raiz, quando se observa o ápice caulinar como um todo pode-se ver também os tecidos ainda meristemáticos mas que estão em processo de diferenciação, (A protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio). A protoderme diferencia-se em epiderme, o meristema fundamenta em córtex e medula e o procâmbio em tecido vascular. Ainda são observados no ápice caulinar os primórdios de folhas e gemas auxiliares.

Quando o meristema apical passa para o estágio reprodutivo ele sofre modificações relativamente conspícuas. Cessa o crescimento indeterminado do estágio vegetativo de gema que está se transformando em floral e entre as outras modificações que ocorrem, o meristema pára de produzir folhas vegetativas.
A partir do meristema floral forma-se uma flor ou inflorescência, os aspectos histológicos mais comuns do meristema floral são: profundidade pequena e certa expansão (Alargamento) do tecido propriamente dito. Observa-se que o ápice alargado é ocupado por um manto de células meristemáticas pequenas, com citoplasma denso, as quais cobrem o miolo com células meristemáticas maiores e vacuolizadas.

A organização túnica-corpo é modificada durante a transição e pode não ser discernível nos meristemas florais. A floração, geralmente é precedida por alongamento dos internós e desenvolvimento precoce das gemas auxiliares.


4-MERISTEMAS LATERAIS (OU SECUNDÁRIOS)
O crescimento primário, conforme mencionado, depende dos meristemas apicais, e caracteriza o corpo primário da planta. Em muitas espécies, o caule e a raiz crescem em espessura, adicionando tecidos vasculares ao corpo primário, pela atividade do câmbio vascular e do felogênio. Tal crescimento em espessura é denominado secundário.
O câmbio vascular e o felogênio são conhecidos como meristemas laterais, devido à posição que ocupam, isto é, uma posição paralela aos lados do caule e da raiz, portanto, câmbio e felogênio formam o corpo secundário da planta. Apenas os aspectos mais básicos desses sistemas serão mencionados a seguir.

4.1-Câmbio Vascular.
O câmbio vascular instala se entre os tecidos vasculares primários e produz os tecidos vasculares secundários. As células cambiais diferem daquelas dos meristemas apicais, que se caracterizam por possuir citoplasma denso, núcleos grandes e forma aproximadamente isodiamétrica. Assim, as células cambiais quando em atividade são altamente vacuoladas, com núcleo pouco conspícuo e formas características.

O câmbio mostra-se como faixas estratificadas, constituídas pelas células iniciais e pelas células derivadas; as iniciais correspondem a apenas uma fileira de células.

Cones longitudinais radiais de um caule ou de uma raiz em crescimento secundário mostram que o câmbio vascular que está entre o xilema secundário e o floema secundário, possui dois tipos de células: as iniciais fusiformes e suas derivadas originarão o uniam axial, e as iniciais radiais e derivadas, o sistema radial. Quando as iniciais cambiais produzem células do xilema e do floema secundário, elas dividem-se periclinalmente. A mesma inicial dá origem á células derivadas em direção ao xilema, e em direção ao floema, embora não necessariamente em alternância. Dessa maneira, cada inicial produz uma fileira radial e células para dentro e outra para fora. Em fase de intensa atividade, em que muitas células são produzidas, forma-se a zona cambial de vários estratos; após a inicial ter se dividido periclinalmente, uma das células resultantes permanece como inicial e a outra é adicionada ao xilema ou ao floema em diferenciação. É difícil distinguir as iniciais das derivadas recentes, pois essas derivadas dividem-se periclinalmente uma ou mais vezes antes que comecem a se diferenciar em células do xilema ou do floema.

A inicial de uma dada fileira de células da zona cambial não tem, necessariamente, um perfeito alinhamento com as iniciais das fileiras vizinhas, portanto, em uma fileira radial a inicial pode estar mais próxima ao xilema ou ao floema, do que na outra fileira.

As células iniciais também podem sofrer divisões do tipo anticlinal; desse modo ocorre um aumento na circunferência do câmbio. A formação de iniciais radiais a partir de iniciais fusiformes é um fenômeno relativamente comum. Um outro aspecto a ser considerado, diz respeito às divisões anticlinais que ocorrem em iniciais, levando á formação dos raios bisseriados ou multisseriados.

4.2-Felogênio
Em caule e raiz de plantas que apresentam crescimento secundário em espessura, a epiderme (tecido primário) é substituída por outro tipo de tecido protetor denominado periderme (tecido secundário). Bons exemplos de formação de periderme são vistos em plantas lenhosas dos grupos das dicotiledôneas e gimnospermas.

A periderme também ocorre em dicotiledôneas herbáceas, principalmente nas regiões mais velhas do caule e da raiz. Entre as monocotiledôneas, algumas formam periderme, outras formam um tipo diferente de tecido protetor secundário.

O felogênio é o meristema lateral que origina a periderme. Ele produz o felema (ou súber) para fora, e a feloderme para dentro, no órgão em que ele se instalou. O felogênio é simples, quando comparado ao câmbio vascular, pois tem um só tipo de células iniciais. Em cones transversais ele aparece, assim como no caso do câmbio vascular, dentro de uma faixa estratificada, mais ou menos contínua na circunferência do órgão em estudo. Tal faixa é formada por fiteiras radiais de células, onde cada fileira possui a célula inicial do felogênio e as suas derivadas para dentro (fazendo parte da feloderme) e para fora (fazendo pane do súber ou felema). As células iniciais que constituem o felogênio são retangulares. Radialmente achatadas em cortes transversais; apresentam contornos retangulares ou poligonais, ou às vezes irregulares, em cortes longitudinais.

Em estágio maduro, as células da feloderme são comumente vivas e parecem-se com células parenquimáticas. As células do súber, geralmente não são vivas na maturidade, mas podem, em cena casos, conter materiais fluidos ou sólidos, sendo alguns deles incolores, e outros, pigmentados. As células do súber contêm suberina (substância graxa) em suas paredes. Em certos tipos de súber em que as células têm paredes muito espessadas, ocorre ainda lignina nessas paredes, além de suberina. Geralmente o tecido do súber é compacto, sem espaços intercelulares.

Uma estrutura comum em periderme, e que é formada por felogênio é a lenticela, que geralmente se instala na região do estômato. Pode-se ter periderme, sem lenticela como se pode ter lenticela sem que haja periderme. Em geral, periderme e lenticelas estão presentes conjuntamente. Nesse caso, os felogênios são contínuos. De qualquer maneira, o felogênio da lenticela tem uma atividade diferente do felogênio que forma a periderme, originando muito mais células para o exterior, o que resulta no seu formato encurvado para dentro. O tecido produzido para o exterior é relativamente frouxo, com numerosos espaços intercelulares. A lenticela permite a entrada de ar através da periderme. O tecido frouxo formado pelo felogênio, para fora, é chamado tecido complementar ou de preenchimento; o tecido formado para dentro é a feloderma.

Revolução Francesa: Motivos & Precedentes





Deve-se entender, primeiramente, que a Revolução Francesa é um dos grandes acontecimentos históricos da humanidade, pois marcaram a superação do Feudalismo pelo Capitalismo; é tradicionalmente usada para marcar o início da Idade Contemporânea.

Os revolucionários tinham como lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, levaram os ideais Iluministas até as últimas consequências.

Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. O uso de seu termo justifica certas tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas ideias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio de superação de preconceitos e ideologias tradicionais.

E, na Revolução Francesa eles procuram instituir um estado caracterizado por maior participação política da população e pela diminuição das desigualdades sociais. Inaugurando assim um estado que tinha em sua base “povo” e o direito da cidadania.

Vale lembrar que a França ainda era um país agrário em fins do século XVIII. Novas técnicas de cultivo e novos produtos melhoraram a alimentação, aumentando assim a população. E o início da industrialização começava a permitir a redução de preços de alguns produtos, estimulando o consumo.

A burguesia se fortalece e passa a pretender o poder político e a discutir os privilégios da nobreza. Os camponeses possuidores de terras queriam libertar-se das obrigações feudais devidas aos senhores. Dos 25 milhões de franceses, 20 milhões viviam no campo. A população formava uma sociedade de estamentos, típico da época feudal e típico da Idade Média, mas, já podia perceber-se uma divisão de classes. Sendo estas:

Primeiro estado - Clero: Com 120.000 religiosos, era dividida em Alto Clero e Baixo Clero. O alto clero tinha sua fortuna a partir de dízimos e renda de imóveis urbanos e rurais de sua propriedade. Eram compostos pelos bispos, abades, e cônegos oriundos da nobreza. O baixo clero já era responsável por paróquias mais carentes. Eram constituídos por sacerdotes pobres que simpatizavam com os revolucionários;
Segundo estado - Nobreza: Com 350.000 pessoas, havendo três tipos de nobreza: a Nobreza Cortesã, cerca de 4 mil pessoas que viviam nos palácio de Versalhes, em torno do Rei, recebendo pensões do Estado e usufruindo de cargos públicos. Já a Nobreza Provincial era um grupo empobrecido que vivia dos pagamentos cobrados dos camponeses, a título de direitos feudais. E, a Nobreza de Toga, que eram burgueses ricos que compravam títulos da nobreza, bem como cargos políticos e administrativos;
Terceiro estado - Burguesia e Classes Rurais ou Urbanas: eram 96% da população, sendo mais de 24 milhões de pessoas em diversos grupos sociais. A burguesia era dividida em: dividida em: Alta burguesia (Banqueiros, grandes empresários e comerciantes (incluindo os que compravam e vendiam mercadorias coloniais)); Média burguesia (Profissionais liberais, como médicos, professores, advogados e comerciantes) e a Pequena burguesia (pequenos comerciantes e artesãos). Os sans-culotte eram a classe social urbana com média de 200 mil pessoas, concentrada em Paris, composta de aprendizes de artesãos, assalariados e desempregados marginalizados. E, por fim, os camponeses, que eram trabalhadores rurais submetidos a diferentes formas de trabalho (Livres, semi-livres e servos presos às obrigações feudais).

Era o terceiro estado quem pagava os impostos e contribuições para o Rei. Sendo essa uma das reivindicações: abolição dos privilégios e a instauração da igualdade civil.

Na política, o resultado foi o absolutismo monárquico e suas injustiças. Absolutismo é um regime na qual o rei de determinado país (Neste caso, a França), que exerce total poder em seu país. Na França o absolutismo se manifesta de maneira totalmente radical. Além do mais, acreditava-se que Rei tinha origem divina, e que, sua autoridade era ilimitada, podendo fazer o que quiser sem consultar ninguém.

Nisto, o Rei abusava de luxo, monopolizava a administração, concedia privilégios, controlava tribunais e condenava à prisão na Bastilha (Prisão Francesa, odiada por todos pela sua rigorosidade e maus-tratos em relação à seus presos) e, isto sem nenhum julgamento. Isto o tornava incapaz de dirigir de maneira correta a economia, dando uma porta de entrada para o Capitalismo (Sistema de governo na qual predomina a presença de classes sociais bem determinadas e a propriedade privada).

Como o Estado não tinha uma maneira de saber quanto de imposto estava sendo cobrado pelos arrecadadores particulares, estes cobravam barbarias do terceiro estado. Enquanto isso o déficit do orçamento se avolumava. Na época da revolução, a dívida externa chegou a 5 bilhões de libras enquanto o meio circulante não passava da metade. Os filósofos Iluministas denunciaram esta situação. Formaram-se clubes para ler seus livros. A burguesia tomou conhecimento dos problemas e buscou avisar isto às outras classes sociais de massa, para assim, obter deles o apoio.
Sendo assim, as condições estavam existentes. Apenas faltava uma situação favorável para começar a revolução.

A queda da Bastilha em 14 de julho de 1789, marca o início do movimento pelo qual a burguesia francesa, consciente do seu papel preponderante na vida econômica, tirou do poder a aristocracia e a monarquia absolutista. O novo modelo de sociedade e de estado criado pelos revolucionários franceses influenciou grande parte do mundo e, por isso, a revolução francesa constitui um importante marco histórico da transição para a idade contemporânea e para a sociedade capitalista baseada na economia de mercado.


Bem, o que dizer em relação à uma primeira postagem?
A única coisa que me é possível dizer é que espero que gostem dele e sintam-se a vontade para comentar.