quarta-feira, 17 de junho de 2009

Revolução Francesa: Motivos & Precedentes





Deve-se entender, primeiramente, que a Revolução Francesa é um dos grandes acontecimentos históricos da humanidade, pois marcaram a superação do Feudalismo pelo Capitalismo; é tradicionalmente usada para marcar o início da Idade Contemporânea.

Os revolucionários tinham como lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, levaram os ideais Iluministas até as últimas consequências.

Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. O uso de seu termo justifica certas tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas ideias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio de superação de preconceitos e ideologias tradicionais.

E, na Revolução Francesa eles procuram instituir um estado caracterizado por maior participação política da população e pela diminuição das desigualdades sociais. Inaugurando assim um estado que tinha em sua base “povo” e o direito da cidadania.

Vale lembrar que a França ainda era um país agrário em fins do século XVIII. Novas técnicas de cultivo e novos produtos melhoraram a alimentação, aumentando assim a população. E o início da industrialização começava a permitir a redução de preços de alguns produtos, estimulando o consumo.

A burguesia se fortalece e passa a pretender o poder político e a discutir os privilégios da nobreza. Os camponeses possuidores de terras queriam libertar-se das obrigações feudais devidas aos senhores. Dos 25 milhões de franceses, 20 milhões viviam no campo. A população formava uma sociedade de estamentos, típico da época feudal e típico da Idade Média, mas, já podia perceber-se uma divisão de classes. Sendo estas:

Primeiro estado - Clero: Com 120.000 religiosos, era dividida em Alto Clero e Baixo Clero. O alto clero tinha sua fortuna a partir de dízimos e renda de imóveis urbanos e rurais de sua propriedade. Eram compostos pelos bispos, abades, e cônegos oriundos da nobreza. O baixo clero já era responsável por paróquias mais carentes. Eram constituídos por sacerdotes pobres que simpatizavam com os revolucionários;
Segundo estado - Nobreza: Com 350.000 pessoas, havendo três tipos de nobreza: a Nobreza Cortesã, cerca de 4 mil pessoas que viviam nos palácio de Versalhes, em torno do Rei, recebendo pensões do Estado e usufruindo de cargos públicos. Já a Nobreza Provincial era um grupo empobrecido que vivia dos pagamentos cobrados dos camponeses, a título de direitos feudais. E, a Nobreza de Toga, que eram burgueses ricos que compravam títulos da nobreza, bem como cargos políticos e administrativos;
Terceiro estado - Burguesia e Classes Rurais ou Urbanas: eram 96% da população, sendo mais de 24 milhões de pessoas em diversos grupos sociais. A burguesia era dividida em: dividida em: Alta burguesia (Banqueiros, grandes empresários e comerciantes (incluindo os que compravam e vendiam mercadorias coloniais)); Média burguesia (Profissionais liberais, como médicos, professores, advogados e comerciantes) e a Pequena burguesia (pequenos comerciantes e artesãos). Os sans-culotte eram a classe social urbana com média de 200 mil pessoas, concentrada em Paris, composta de aprendizes de artesãos, assalariados e desempregados marginalizados. E, por fim, os camponeses, que eram trabalhadores rurais submetidos a diferentes formas de trabalho (Livres, semi-livres e servos presos às obrigações feudais).

Era o terceiro estado quem pagava os impostos e contribuições para o Rei. Sendo essa uma das reivindicações: abolição dos privilégios e a instauração da igualdade civil.

Na política, o resultado foi o absolutismo monárquico e suas injustiças. Absolutismo é um regime na qual o rei de determinado país (Neste caso, a França), que exerce total poder em seu país. Na França o absolutismo se manifesta de maneira totalmente radical. Além do mais, acreditava-se que Rei tinha origem divina, e que, sua autoridade era ilimitada, podendo fazer o que quiser sem consultar ninguém.

Nisto, o Rei abusava de luxo, monopolizava a administração, concedia privilégios, controlava tribunais e condenava à prisão na Bastilha (Prisão Francesa, odiada por todos pela sua rigorosidade e maus-tratos em relação à seus presos) e, isto sem nenhum julgamento. Isto o tornava incapaz de dirigir de maneira correta a economia, dando uma porta de entrada para o Capitalismo (Sistema de governo na qual predomina a presença de classes sociais bem determinadas e a propriedade privada).

Como o Estado não tinha uma maneira de saber quanto de imposto estava sendo cobrado pelos arrecadadores particulares, estes cobravam barbarias do terceiro estado. Enquanto isso o déficit do orçamento se avolumava. Na época da revolução, a dívida externa chegou a 5 bilhões de libras enquanto o meio circulante não passava da metade. Os filósofos Iluministas denunciaram esta situação. Formaram-se clubes para ler seus livros. A burguesia tomou conhecimento dos problemas e buscou avisar isto às outras classes sociais de massa, para assim, obter deles o apoio.
Sendo assim, as condições estavam existentes. Apenas faltava uma situação favorável para começar a revolução.

A queda da Bastilha em 14 de julho de 1789, marca o início do movimento pelo qual a burguesia francesa, consciente do seu papel preponderante na vida econômica, tirou do poder a aristocracia e a monarquia absolutista. O novo modelo de sociedade e de estado criado pelos revolucionários franceses influenciou grande parte do mundo e, por isso, a revolução francesa constitui um importante marco histórico da transição para a idade contemporânea e para a sociedade capitalista baseada na economia de mercado.

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