quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mutação



CONCEITO BÁSICO




Mutação pode ser basicamente definida como um evento que dá origem a alterações qualitativas ou quantitativas no material genético. Apesar de que a maioria das mutações torna os organismos menos eficientes, sendo assim desvantajosas, existe a possibilidade de desenvolver novas características desejáveis através da indução de mutações, principalmente em plantas. Por exemplo, já foram obtidos mutantes de cevada que apresentam aumento na produção, resistência a doenças causadas por fungos, caule mais rijo, aumento no conteúdo de proteínas e sementes sem casca. Algumas mutações são neutras, ou seja, não diminuem a sobrevivência das espécies.

Para que uma espécie se torne mais complexa, é necessário mais que uma simples mutação em um gene: são requeridos novos genes. Mas adicionar simplesmente um novo gene pode não funcionar. Genes não trabalham isolados. Ao contrário, o conjunto de genes de um organismo trabalha junto para produzir o organismo. Um novo gene precisa interagir apropriadamente com todos os outros genes para que o organismo sobreviva. Além disso, vários novos genes seriam necessários para produzir uma nova estrutura e um organismo mais complexo. Cada novo gene requereria um gene regulador. Além disso, cada novo gene teria que operar em um determinado momento no desenvolvimento para que a nova estrutura se desenvolvesse corretamente. Não parece razoável esperar que mesmo um novo gene apareça por acaso, quanto mais diversos genes altamente coordenados trabalhando juntos para produzir uma nova estrutura. Podendo ser de dois tipos: gênica ou de ponto e cromossômica ou aberração.


1.1  – MUTAÇÃO GÊNICA OU MUTAÇÃO DE PONTO

Ocorrem nos alelos, e podem passar a condicionar características diferentes das originais. Elas ocorrem, em geral, espontaneamente, sendo difícil prever quando e em qual gene haverá a mutação. Acontecem durante a duplicação da molécula de DNA e se caracterizam por alterações na sequência de nucleotídeos de um alelo, podendo originar outro alelo, que codificará uma proteína diferente. Podem ocorrer tanto na formação dos gametas quanto no material genético de células. Entretanto, do ponto de vista evolutivo, o que realmente interessa é o primeiro item citado, uma vez que são estes que transmitem as características hereditárias

As mesmas aumentam o conjunto gênico da população, pois elas criam variações em um determinado loco do cromossomo. Por isso, são consideradas fontes primárias de variabilidade genética. A maioria destas mutações é neutra ou não drásticas. Ou seja, a maioria das milhares de mutações gênicas estudadas é deletéria e recessiva. É altamente improvável que uma mutação possa ser construtiva. Mudanças casuais em qualquer sistema complexo integrado provavelmente perturbarão o sistema. Por exemplo, mutações nos genes das moscas das frutas podem causar perda ou redução das asas, mudanças na cor dos olhos e outras. O fato de que as mutações são normalmente neutras ou deletérias contradiz o ponto de vista de que as mutações constituem um mecanismo para o avanço de uma espécie.


1.2  – MUTAÇÃO CROMOSSÔMICA OU ABERRAÇÃO CROMOSSÔMICA


São mutações que alteram de maneira visível ao microscópio, seja o número, seja a estrutura dos cromossomos. As aberrações cromossômicas geralmente têm efeitos bastante drásticos sobre os indivíduos que as possuem. Com relação às aberrações numéricas, as alterações fenotípicas produzidas pela adição ou subtração de um cromossoma (aneuploidia) são tão drásticas que tornam estes tipos de aberrações praticamente sem importância na evolução. Euploidias são muito raras em animais, mas em vegetais podem originar novas espécies. As aberrações cromossômicas estruturais também podem ter efeitos bastante graves. Pequenas deficiências podem comprometer substancialmente a viabilidade de seus portadores. Já as duplicações são mais comuns e menos prejudiciais que as deficiências. Segundo alguns autores, as duplicações fornecem um meio de introduzir novos genes numa população. Estes novos genes poderiam sofrer mutação sem causar grandes danos ao organismo, pois as enzimas indispensáveis estão sendo sintetizadas pelo gene não alterado.  E, as mesmas são classificadas em dois grandes grupos.



  • 1. Numéricas: envolvem alterações no número cromossômico. Estas podem ser subclassificadas em euploidias, e aneuploidias.
Euploidias - um indivíduo ou célula diplóide normal tem dois genomas (2n). Euplóides são células ou organismos nos quais o número de genomas (n) ocorre em múltiplos inteiros (n, 3n, 4n, 5n, etc.).
Aneuploidias - neste tipo de modificação, o número de cromossomos do genoma fica alterado, formando complementos somáticos que são múltiplos irregulares do genoma característico da espécie. Assim, o indivíduo tem cromossomos a mais ou a menos em um dos pares, mas não em todos.

  • 2. Estruturais: afetam a estrutura dos cromossomos, ou seja, o número ou o arranjo dos genes nos cromossomos. Sendo subclassificadas em categorias diferentes
Deficiência ou deleção - é a perda de uma porção maior ou menor do cromossomo, resultando na falta de um ou mais genes.
Duplicação - é o produto da presença de uma porção extra de cromossomo, resultando na repetição de um ou mais genes.
Inversão - ocorre quando, num determinado segmento de cromossomo, houver duas fraturas, seguidas da subsequente soldadura do fragmento mediano, agora, porém, colocado em posição invertida.
Translocação - ocorre quando os fragmentos de um cromossomo são transferidos para outro cromossomo não homólogo.

O fenômeno da mutação é um componente da maior importância do modelo evolucionista. Este precisa pressupor algum mecanismo que produza o processo ascendente requerido em termos de complexidade, que caracteriza o modelo em sua dimensão mais ampla. E a mutação é supostamente este mecanismo.


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